O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado e um dos petistas mais ouvidos por Lula, afirmou que o presidenteda República não tem intenção de enviar propostas para o Congresso que alterem a independência do Banco Central ou de articular a derrubada do presidente do banco, Roberto Campos Neto.
Wagner ressaltou que o momento é de pacificação e diálogo entre o governo e Campos Neto, e que é melhor que os dois lados conversem e se acertem, pois o Brasil tem a ganhar com isso.
Na prática, o presidente Lula recuou da proposta inicial de exonerar Campos Neto desde que o Banco Central reduza a taxa de juros. Ou seja, o moço do BC terá de dançar miudinho conforme a música executada pelo Palácio do Planalto.
A declaração de Jaques Wagner é uma resposta ao aceno de paz feito por Roberto Campos Neto, que vem dando declarações conciliatórias em relação a Lula e sinalizações de que o Banco Central também estaria alinhado à missão social do governo petista.
Campos Neto vem repetindo que o Banco Central não gosta de juros altos e que acredita ser possível fazer fiscal junto com o bem-estar social, mas que é muito difícil ter bem-estar social com inflação descontrolada.
Portanto, segundo Jaques Wagner, o governo atual não pretende quebrar a autonomia do Banco Central ou tirar o mandato de Campos Neto, e o momento é de diálogo e pacificação entre o governo e o presidente da instituição.
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Haddad pede explicação para juros altos em jantar com empresários
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o patamar dos juros no Brasil durante um jantar com empresários organizado pelo grupo Esfera Brasil. Haddad afirmou que uma taxa de juros real de 8% não tem explicação, uma vez que a maioria dos países tem juros negativos ou metade dos juros brasileiros. Ele defendeu o fortalecimento do Conselho Monetário Nacional e a redução dos juros para estimular os investimentos no país.
Durante um evento do BTG Pactual, Haddad afirmou que a reforma tributária é fundamental e que a geopolítica favorece o Brasil, além de defender a utilização de parcerias público-privadas para aproveitar as vantagens competitivas do país em energia sem a necessidade de subsídios.
Em relação à reforma administrativa, Haddad afirmou que é ilusório acreditar que ela trará uma significativa redução de despesas públicas. Ele destacou que é mais importante digitalizar os serviços públicos e acabar com penduricalhos na tributação sobre a renda, além de fechar as torneiras de auxílios. Ele também defendeu a manutenção da Zona Franca de Manaus e propôs o uso do Fundo da Amazônia para bancar parte dos subsídios, citando a disposição da Arábia Saudita de pagar US$ 1 bilhão por ano ao fundo para compensar a exploração de petróleo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.