Partido Liberal abre guerra contra PL da Dosimetria

O Partido Liberal (PL) abriu guerra contra o Projeto de Lei da Dosimetria, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), na Câmara dos Deputados. A ofensiva é liderada por Filipe Barros (PL-PR), um dos principais nomes da direita no Congresso, que acusa o relator de sequestrar a pauta da Anistia, aprovada em regime de urgência na semana passada.

Barros foi direto: chamou o PL da Dosimetria de “lengalenga” e cobrou reciprocidade. Segundo ele, se o relator deseja acelerar a tramitação da dosimetria, terá de aprovar urgência em plenário, como ocorreu com a Anistia. “A vontade de 311 deputados foi muito clara: urgência do PL da Anistia. É isso que vou defender na reunião com Paulinho”, declarou.

Na avaliação do PL, o centro da pauta é a Anistia aos réus do 8 de Janeiro. O partido entende que a aprovação da urgência vincula o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o relator a avançar na tramitação imediata do texto. Já a dosimetria, que pretende modular penas e estabelecer parâmetros mais claros, seria uma tentativa de esvaziar ou adiar a anistia ampla, geral e irrestrita.

Nos bastidores, a iniciativa de Paulinho da Força é vista como manobra para negociar com o governo e setores do Centrão. O movimento irritou o PL, que tenta manter hegemonia sobre a narrativa da anistia como bandeira de defesa da liberdade e resistência contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

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Com a pressão de Barros e da bancada liberal, o cenário na Câmara tende a se tornar ainda mais conflagrado. Líderes governistas defendem que os dois projetos possam caminhar juntos, mas a estratégia do PL é clara: emparedar Paulinho da Força e garantir que a pauta da Anistia seja votada antes de qualquer debate sobre dosimetria.

O embate expõe a disputa política pela narrativa em torno do 8 de Janeiro. Enquanto Paulinho tenta “moderadamente” salvar a dosimetria, o PL prefere radicalizar com a Anistia, transformando o tema em bandeira eleitoral para 2026. É a Câmara transformada em ringue político.

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