Petro exige devolução do Texas após Trump reivindicar petróleo venezuelano

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reagiu com dureza às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que o petróleo da Venezuela “pertence” aos americanos. Em resposta, Petro disse que, se essa lógica prevalecer, os EUA deveriam devolver territórios como Texas e Califórnia, classificados por ele como áreas invadidas e roubadas.

A declaração foi feita nesta sexta-feira (19) e divulgada nas redes sociais do líder colombiano. Petro rejeitou qualquer escalada militar e defendeu que conflitos internacionais sejam tratados de forma dialogada, em pé de igualdade, sem o uso da força contra populações vulneráveis.

Segundo Petro, o Texas não foi vendido aos Estados Unidos, mas tomado pela força, assim como a Califórnia e outras regiões do sul americano. Para o presidente colombiano, a fala de Trump revela desconhecimento das bases legais que regem a soberania sobre recursos naturais na América Latina.

O mandatário explicou que há uma diferença jurídica central entre os sistemas. Nos Estados Unidos, o proprietário da terra também detém o que está no subsolo. Já na Colômbia e em outros países latino-americanos, o subsolo pertence constitucionalmente à Nação, independentemente da propriedade da superfície.

Petro enfatizou que decisões soberanas sobre recursos naturais não configuram roubo, mas escolhas democráticas respaldadas pelo voto popular. Na avaliação dele, sustentar medidas nacionais sobre o petróleo venezuelano é um direito legítimo, não uma afronta internacional.

No mesmo contexto, o presidente colombiano argumentou que, seguindo a retórica de Trump, países como o México teriam base histórica para reivindicar a devolução de territórios como Texas, Califórnia, Novo México e Flórida, incorporados aos Estados Unidos após conflitos armados no século XIX.

A reação de Petro ocorre em meio ao aumento das tensões entre Washington e países latino-americanos após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro de 2025, e às recentes medidas de pressão dos EUA sobre a Venezuela.

O episódio expõe o choque entre visões de soberania, direito internacional e controle de recursos estratégicos, recolocando a América Latina no centro do debate geopolítico continental.

Ao confrontar Trump no terreno simbólico da história e do direito internacional, Petro eleva o tom do debate e denuncia a lógica de força que ainda orienta parte da política externa dos Estados Unidos. O recado é direto: soberania não se impõe com ameaças, mas se negocia entre nações iguais.

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