Os apagões de Ratinho Junior comprometeriam os 70 ônibus elétricos de Rafael Greca em Curitiba

Nas últimas semanas, o Paraná se viu mergulhado em uma série de apagões que trouxeram à tona não apenas questões energéticas, mas também debates acalorados sobre a gestão pública. O governador Ratinho Junior (PSD), que retornou de férias para lidar com a crise, justificou os incidentes atribuindo-os ao notável crescimento econômico do estado. Contudo, a resposta do público foi cética, especialmente após a privatização da Copel.

Ratinho Junior encontrou-se no centro de críticas ao ser apelidado de “Governador do Apagão”. A criação do Apagômetro pelo deputado Arilson Chiorato (PT) destacou a relação entre as quedas de energia e a venda da Copel. Os dados revelam que 66% das reclamações de consumidores em 2023 ocorreram após a privatização, resultando em multas crescentes à Copel pela ANEEL.

As cidades paranaenses afetadas pelos apagões têm testemunhado um aumento expressivo nas interrupções de energia elétrica desde a privatização. O número de ocorrências emergenciais subiu de 27 mil para 31 mil entre setembro de 2022 e 2023, sem intempéries significativas que justificassem o aumento. O tempo médio de preparação para restabelecer o serviço aumentou substancialmente, de 2h17min para 3h50min após a privatização.

Uma análise detalhada dos dados da ANEEL entre setembro e dezembro de 2022 e o mesmo período em 2023 revela a deterioração na qualidade dos serviços. As ocorrências de interrupção de energia elétrica aumentaram de 30,9 mil para 38,2 mil, indicando não apenas uma frequência maior, mas também uma demora significativa no restabelecimento do serviço.

Enquanto o Paraná enfrenta apagões, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), se depara com desafios adicionais. A decisão do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) suspendendo a compra de 70 ônibus elétricos levanta questões sobre a viabilidade do investimento de quase R$ 400 milhões. O conselheiro Maurício Requião justificou a suspensão pela ausência de aprovação de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental.

Além das razões apontadas pelo TCE-PR, a falta de luz no estado comprometeria diretamente a milionária frota elétrica planejada por Greca. Os apagões recorrentes, associados à crise energética, questionam não apenas a decisão de adquirir ônibus elétricos, mas também a capacidade do governo em garantir a estabilidade no fornecimento de energia.

Economia

Ou seja, sem a energia da Copel privatizada, os 70 ônibus de Greca virariam sucatas e o desperdício de dinheiro público seria de quase R$ 400 milhões. Para agravar a situação, a crescente frota de automóveis elétricos na capital também seria transformada em mais um mico pelo “Governador do Apagão”.

Em meio a apagões e questionamentos sobre investimentos milionários, o Paraná se depara com desafios energéticos e decisões polêmicas que impactam diretamente a vida dos cidadãos. A relação entre a privatização da Copel, os apagões e a suspensão da compra de ônibus elétricos destaca a complexidade da gestão pública e a importância de decisões embasadas em estudos técnicos e respeito ao meio ambiente.

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Ratinho Junior, o "Governador do Apagão", ao lado de vendedor da Copel.
Ratinho Junior, o “Governador do Apagão”, ao lado de Daniel Pimentel, o vendedor da Copel.

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