Operação da PF contra Carlos Bolsonaro é marcada por tensão e polêmica

A operação da Polícia Federal (PF) contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), realizada na segunda-feira (29), foi marcada por tensão e polêmica. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estava pescando em alto-mar com o pai e outros aliados quando recebeu a notícia da ação.

O relato é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo relatos de aliados, o grupo estava sem sinal de telefone e só soube da operação por volta das 9h40, quando receberam ligação do assessor Fabio Wajngarten. Eles então voltaram para a casa de Bolsonaro em Angra dos Reis, onde a PF já estava presente.

Os agentes encontraram o vereador chateado e abalado, segundo relatos. Os filhos do presidente se queixaram da operação e disseram se tratar de uma operação ilegal e cinematográfica.

Os agentes revistaram os cômodos da casa e queriam levar os celulares de todos os presentes, incluindo o do ex-presidente. Bolsonaro, então, ligou para os seus advogados, que estavam em deslocamento de São Paulo para o Rio de Janeiro, também de helicóptero. O diálogo com o delegado da PF foi o maior momento de tensão. O único alvo do dia era Carlos.

Por fim, a PF se convenceu em levar apenas dois celulares e um computador do vereador, mas também um notebook e um tablet de Tércio Arnaud, assessor de Bolsonaro, apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete do ódio”. Além disso, os policiais levaram anotações usadas pelo ex-presidente para a live realizada na véspera, com os filhos.

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Tércio trabalhou no Palácio do Planalto e hoje acompanha Bolsonaro, filma e edita vídeos, entre outras atribuições. Ele está em Angra com o clã e foi, inclusive, quem estava em casa quando a PF bateu à porta.

A defesa do assessor já encaminhou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a imediata devolução dos itens.

Entre os bolsonaristas, houve irritação e alegações de que a operação teve ilegalidades. Além da queixa de que os agentes levaram itens de uma pessoa que não era alvo, também apontaram a tentativa de levar celulares dos parlamentares e do ex-presidente.

O principal argumento dos bolsonaristas é de que há uma perseguição político-eleitoral em curso, com vistas especialmente ao pleito municipal de outubro. Eles citam como exemplo que esta é a terceira operação contra aliado do ex-presidente num pequeno intervalo de tempo —na semana passada, foram contra os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).

“É preciso ressaltar que o mandado de busca e apreensão extrapolou todos os limites da legalidade, haja vista que a Polícia Federal vasculhou a casa inteira do presidente Bolsonaro, que sequer é alvo desta operação. Afinal de contas, quem era realmente o alvo ou os alvos dessa ação?”, questionou Zucco, que está em Angra com o clã.

Já Bolsonaro disse à coluna Mônica Bergamo que a intenção da operação desta segunda é a de “esculachar” com ele e sua família. O ex-presidente afirmou que querem encontrar algo para envolvê-lo em algum crime, mas que não conseguirão. “Estão jogando rede, pescando em piscina. Não tem peixe”, disse.

Em nota divulgada na noite de segunda, a defesa de Bolsonaro também usou o mesmo termo.

“A verdade é que a operação da Polícia Federal na data de hoje pode ser classificada como mais uma desastrosa e indevida fishing expedition, ou pescaria probatória, subvertendo a lógica das garantias constitucionais, vasculhando-se a intimidade e a vida privada de cidadãos probos, vilipendiando seus direitos fundamentais e extrapolando os limites legais”, diz o texto.

Abin Paralela

A operação da PF contra Carlos Bolsonaro é mais um capítulo da disputa entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura a existência de uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro, que teria sido usada para monitorar desafetos do governo.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que é relator de inquéritos contra Bolsonaro no STF. Moraes é um dos principais alvos de críticas do ex-presidente e de seus aliados.

A tensão e a polêmica que marcaram a operação demonstram que o caso tem forte potencial político. Os bolsonaristas afirmam que a operação é uma perseguição política, enquanto os críticos de Bolsonaro dizem que é uma investigação legítima.

Ainda é cedo para dizer qual será o resultado da investigação. No entanto, a operação já é um novo desgaste na relação entre Bolsonaro e o STF.

2 Respostas para “Operação da PF contra Carlos Bolsonaro é marcada por tensão e polêmica”

  1. Bolsonaro não é “santo” e os que vivem ao seu redor também não são! Portanto a bozaida que se console, pois 08/01/2023, vai só acabar quando colocarem os cabeças do golpe na penitenciária. Que aliás ninguém tem dúvida que o cagão e fujão é um deles. Cadeia é o que resta para está gente CHUPIM que a décadas vivem do erário público e nunca suaram a camisa, mas, tem vida de milionários. De onde será que saiu tanta grana? É Bolsonaro, a tua ficha vai aparecer e os brasileiros, pelo menos os conscientes virão o tamanho da pilantragem que você é. Eu apoio a PF para desvendar a vida pregressa do Bolsonaro, filhos e amigos, para que paguem pelos seus crimes contra a Nação Brasileira.

  2. Estou lendo em outros meios de comunicação que FAMILÍCIA está se fazendo de VÍTIMA. Isso me deixa o coração triste, GENTE BOA QUE NEM ESTÁ, sendo perseguida! Tirando gente burra que volta e meia fica criticando os que não aceita estas aberrações mais na vida pública brasileira, deveria ter vergonha na cara e pedir DESCULPAS aos VERDADEIROS BRASILEIROS PATRIOTAS. Aquele que RESPEITAM à CONSTITUIÇÃO e os PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS.

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