Modelo arcaico do transporte público é desafio para grupo de Rafael Greca em 2024

As eleições municipais de 2024 prometem ser palco de uma calorosa discussão sobre o modal do transporte de Curitiba, outrora cantado em verso e prosa como o “melhor do país”, devido a saturação do sistema copiado* na década de 70 pelo então prefeito Jaime Lerner.

Com a criatividade esgotada, a atual administração do prefeito Rafael Greca (PSD) tenta uma sobrevida ao falido sistema de transporte ora pulando estações – e deixando passageiros para trás, a exemplo do ligeirão – com o intuito de chegar mais rápido no destino; ora comprando sem licitação ônibus elétricos para o mesmo sistema saturado.

Curitiba tem a tarifa de ônibus mais cara dentre as demais capitais, bem como os problemas dessas metrópoles: superlotação, demora, trânsito caótico, calor, frio, chuva, enfim.

Durante a pandemia, a Prefeitura de Curitiba destinou meio bilhão de reais às empresas de ônibus, cujo controle da maioria é de apenas uma família, embora tenham diminuído substancialmente o número de passageiros transportados durante o período.

Some-se a isso à construção da Linha Verde, que liga as regiões Sul e Norte, que demora mais tempo para ser construída do que as Pirâmides do Egito há mais de 5 mil anos – levantando questionamentos sobre a capacidade administrativa do atual inquilino do Palácio 29 de Março, a sede do executivo curitibano.

É nesse cenário que ressurgirá a proposta da construção do metrô e a oposição religiosa de Greca, que, em dezembro passado, disse que a cidade não suportaria um metrô enterrado. 

Economia

Segundo o prefeito, o trem seria “afogado” de devido aos inúmeros rios submersos.

Claro que se trata de uma disputa ideológica para para manter o superado atual modelo de transporte, que já não atende os desafios da região metropolitana com quase 4 milhões de habitantes.

O Eurotúnel com mais de 50 km funciona há trinta anos ligando Folkestone, Kent, no Reino Unido, com Coquelles, em Pas-de-Calais, perto de Calais, no norte da França, sob o Canal da Mancha no Estreito de Dover.

No seu ponto mais baixo, o Eurotúnel atinge 75 metros de profundidade no Canal da Mancha e incrivelmente o trem não se afoga!

Portanto, a ideologia é a falsa representação da verdade.

A engenharia brasileira tem capacidade de driblar a sendimentação mais recente ou áreas entrecortadas por riachos submersos.

No entanto, se se buscar uma investigação mais detalhada, descobrir-se-ão que os investimentos em propaganda são maiores que os valores investidos no próprio transporte público na capital paranaense.

A questão do modelo saturado do transporte coletivo é assunto proibido em parte da mídia curitibana, que sempre recebeu “cala-bocas” generosos para não discutir a necessidade do metrô e a perpetuação do esquema do velho sistema que vigora há mais de 70 anos.

A título de comparação, a primeira linha de metrô de Buenos Aires, Argentina, foi inaugurada em dezembro de 1913, qual seja, há 111 anos.

Moral da história: Curitiba tem uma defasagem de 100 anos no sistema de transporte, enquanto a mentira sobre o melhor modelo do país é sustentado por milionárias propagandas e o povo sofre com as tarifas mais caras e os ônibus superlotados.

*O primeiro sistema de Bus Rapid Transit (BRT) foi introduzido em Ottawa, no Canadá, em 1973, e copiado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner e implementado em Curitiba, em 1974.

3 Respostas para “Modelo arcaico do transporte público é desafio para grupo de Rafael Greca em 2024”

  1. Que tara está de metrô em Curitiba! Para mim a única melhora nisto é que as vias onde circulam os ônibus expresso hoje é que serviria para a circulação de automóveis. Vejo necessário, sim ,é de adequação nos veículo nestas canaletas. Mais modernos.

  2. Sobre a “nova linha” Norte/Sul, ouvi de um motorista da linha Capão Raso/Santa Cândida que irá acontecer muitos acidentes. E justificou a sua frase, dizendo que “o povo não está acostumado com expresso pulando tubo, e sim, parando nos tubos, isso irá causar acidentes, tanto de atropelamentos quanto de batidas com outros veículos que irão cruzar as canaletas, que ficam achando que o ônibus irão para nos tubos”, também relatou que após um dia de funcionamento da nova linha, em frente ao Hospital do Trabalhador ocorreu um acidente envolvendo a referida linha por este motivo. Como diz a reportagem. Se existe um túnel cruzando o Canal da Mancha para otimizar o transporte entre duas nações foi realizado funciona à décadas, porque em Curitiba não se pode construir um túnel em baixo de alguns “riachos” e “rios” que atualmente são mais um valetão. Será que o empresário do “transporte público” tem interesse nisso? Acho que não! Porque eles não terão o lucro astronômico de hoje.

  3. O sistema dos expressos está sucateada. Isso é FATO. Porque o usuários destas linhas, não sabe o que é se deslocar de forma confortável e segura. A tal nova linha NORTE/SUL, é muito perigosa para as pessoas que estão circulando ao redor das pistas dos expressos, pelo simples motivo que estão acostumada com os expressos convencionais que param nos tubos do trecho que percorrem. E como já uso esta linha, percebi que a velocidade é acima dos expressos convencionais e a ultrapassagem ocorre bem nos tubos onde o expresso convencional está parada. Ai mora o perigo de alguém distraído ser atropelado e nos cruzamentos sem sinaleiros ou sinalização, também os motoristas dos veículos particulares serão surpreendidos nestes cruzamentos. Faltou é mais informação e uma adequação melhor das canaletas em locais onde os cruzamentos não dispõem de semáforos. Espero que os próximos Prefeitos, pensem de fato na mobilidade urbana e não soluções paliativas.

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