Lula assume presidência do Mercosul em julho de olho na integração regional e na economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai assumir a presidência do Mercosul no próximo mês de julho. Ele estará acompanhado pelos presidentes Alberto Fernández (Argentina), Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) na 62ª cúpula dos chefes de Estado do bloco. O encontro acontecerá em Puerto Iguazú, cidade localizada na tríplice fronteira, onde Brasil, Argentina e Paraguai se encontram.

A reunião dos presidentes será pautada pela economia, mas diversas outras questões importantes também serão discutidas. A integração fronteiriça, acordos bilaterais, circulação de bens e serviços, trabalho nas fronteiras, fiscalização aduaneira, campanhas de divulgação do destino unificado e serviços de saúde pública são apenas algumas delas. Esses assuntos serão abordados nas discussões paralelas da reunião, envolvendo autoridades locais e estaduais.

Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados e membro do ParlaSul, ressaltou a importância das cidades fronteiriças e defendeu que elas recebam uma atenção especial dos governos centrais, especialmente nas áreas de saúde e segurança. Ele destacou que o acordo bilateral entre Brasil e Paraguai, promulgado pelo Senado no final do ano passado, ainda aguarda regulamentação para serviços de educação, saúde e a carteira de trabalho fronteiriço.

O deputado afirmou que as cidades fronteiriças desejam avançar em ações conjuntas nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, segurança pública e comércio bilateral. Além disso, a região defende a criação de uma região geográfica trinacional no âmbito do Mercosul, que permita a circulação de pessoas e adote medidas menos burocráticas.

A região fronteiriça, além de ser a porta de entrada do Mercosul e um futuro hub logístico, é também um santuário natural, com parques, rios e uma rica biodiversidade. Os parques nacionais, localizados na fronteira entre Brasil e Argentina, por exemplo, somam impressionantes 234 mil hectares de Mata Atlântica, conforme apontou o deputado Zeca Dirceu.

A programação da cúpula já está definida, com o Conselho do Mercado Comum (CMC) se reunindo no primeiro dia, seguido pelo encontro dos chefes de Estado no dia seguinte. Ainda não foram divulgados oficialmente os locais onde ocorrerão as reuniões. A reunião semestral será marcada por debates sobre as novas exigências ambientais da União Europeia em relação ao acordo com o Mercosul, a crise econômica na Argentina e a intenção uruguaia de firmar acordos diretos com a China ou países da Ásia-Pacífico.

Economia

Após o encontro, o presidente argentino, Alberto Fernández, passará a presidência rotativa do bloco para Luiz Inácio Lula da Silva. A próxima cúpula será organizada pelo governo brasileiro e está prevista para dezembro de 2023 ou janeiro de 2024.

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