Jefferson, especialista em caixa 2, pede “bom senso” ao Supremo

do Brasil 247

Condenado na Ação Penal 470 por ter recebido R$ 4 milhões, em nome do PTB, pelo sistema de caixa 2, Roberto Jefferson dá pitaco em seu blog sobre votação no Supremo Tribunal Federal, a partir de hoje, de novo modelo de doações para campanhas eleitorais; exclusividade para o financiamento público, como requer a OAB, incomoda personagens prosaicos como o culpado que aconselha seus juízes; Jefferson e outros defendem presença de dinheiro privado nas eleições, modelo que vigora atualmente e deixa portas abertas ao caixa 2; "Como ficarão as eleições de 2014?", alarma-se Jefferson; julgamento começa à s 14h30.
Condenado na Ação Penal 470 por ter recebido R$ 4 milhões, em nome do PTB, pelo sistema de caixa 2, Roberto Jefferson dá pitaco em seu blog sobre votação no Supremo Tribunal Federal, a partir de hoje, de novo modelo de doações para campanhas eleitorais; exclusividade para o financiamento público, como requer a OAB, incomoda personagens prosaicos como o culpado que aconselha seus juízes; Jefferson e outros defendem presença de dinheiro privado nas eleições, modelo que vigora atualmente e deixa portas abertas ao caixa 2; “Como ficarão as eleições de 2014?”, alarma-se Jefferson; julgamento começa à s 14h30.
Não dá para não dizer que o ex-deputado Roberto Jefferson não ser atrevido. Mesmo na condição de culpado pela Ação Penal 470, após ter confessado o recebimento de R$ 4 milhões, em nome do PTB, pelo esquema de caixa 2, ele está distribuindo conselhos ao Supremo Tribunal Federal por meio de seu blog.

“Que prevaleça o bom senso” é a nota que ele postou na manhã desta quarta-feira 11, procurando dirigir-se aos juízes horas antes de ter início a sessão plenária para deliberar sobre o modelo de financiamento de campanhas eleitorais.

Especialista em caixa 2, como ele mesmo demonstrou em suas confissões ao STF, Jefferson defende, é claro, a manutenção do modelo atual, pelo qual os partidos podem prover suas campanhas com recursos públicos e, também, privados. Está em análise no tribunal a mudança para que o financiamento público se torne a única fonte de receita nas eleições. A iniciativa é da Ordem dos Advogados do Brasil, que considera a mudança fundamental para a melhor separação entre a classe política e os interesses de grandes grupos econômicos.

Na nota postada em seu blog — Jefferson aguarda em seu sítio o decreto de prisão que o STF ainda não emitiu contra ele -, faz a introdução tradicional do “sem entrar no mérito” para demonstrar uma sincera preocupação com o destino das eleições de 2014 e o ânimo dos eleitores em financiar os candidatos. Um perfeito advogado da própria causa!

Abaixo, a nota de Roberto Jefferson:

Que prevaleça o bom senso

Economia

Supremo deve julgar hoje ação movida pela OAB, sob inspiração petista, questionando artigos da lei que autoriza a doação de recursos de pessoas físicas e jurídicas nas campanhas eleitorais. Sem entrar no mérito, caso o pleno do STF considere as doações privadas inconstitucionais, como ficarão as eleições de 2014? Mais grave ainda: o contribuinte, que já paga o horário eleitoral no rádio e TV e o Fundo Partidário, vai querer bancar o santinho e o carro de som dos candidatos? Francamente. Creio no bom senso dos ministros de nossa mais alta Corte.

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