O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na proposta de orçamento para o ano que vem um salário mínimo de R$ 1.421, aumento de 7,65% em relação ao atual, de R$ 1.320, no entanto, o valor já chega a R$ 2.017 no mínimo regional do Paraná.
O salário mínimo regional do Paraná, o maior do país, foi criado em 2006 durante o governo de Roberto Requião (PT), cuja política de valorização foi amarrada em lei para que continuasse mesmo que mudasse a orientação ideológica do governante.
Graças à perenidade da lei, no início deste mês o governador Ratinho Junior (PSD), sancionou o aumento do mínimo regional para até R$ 2.017.
O valor do mínimo regional paranaense é hoje 42% superior ao salário mínimo anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Já o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) afirma que o salário mínimo deveria ser R$ 6.528,93, refletindo as necessidades básicas para uma vida digna, levando em consideração diversos fatores como alimentação, moradia, transporte, educação e saúde.
Além do aumentinho para o salário mínimo, o projeto encaminhado ao Congresso Nacional por Haddad prevê receitas e despesas de 2,2 trilhões e, portanto, déficit fiscal zero para o ano de 2024.
“Deficit zero” é uma expressão relacionada a políticas fiscais que buscam equilibrar as contas públicas, ou seja, garantir que o governo não gaste mais do que arrecada.
Isto significa que o governo federal poderá cortar investimentos em áreas essenciais como saúde, educação, habitação, valorização dos servidores públicos, por exemplo, para cumprir a anunciada meta de déficit zero.
O défict zero soa como música para banqueiros e especuladores, que veem a possibilidade de continuar ganhando dinheiro fácil com os títulos da dívida pública que são remunerados com dinheiro do Orçamento da União.
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