Gazeta vê mordomia na gestão Traiano e sente saudades de Rossoni

Debate sobre gastos na Assembleia significa "cobra tentando dar rasteira com cobra"; pedaladas de Traiano também sempre foram dadas por Rossoni, queridinho da velha mídia; mais do que moralista, a discussão deve ser política: afinal, quem controla o parlamento e como exerce esse poder naquela Casa?
Debate sobre gastos na Assembleia significa “cobra tentando dar rasteira com cobra”; pedaladas de Traiano também sempre foram dadas por Rossoni, queridinho da velha mídia; mais do que moralista, a discussão deve ser política: afinal, quem controla o parlamento e como exerce esse poder naquela Casa?

O jornal curitibano Gazeta do Povo, edição desta segunda-feira (19), traz reportagem de capa sobre mordomias e pedaladas do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, que também preside o PSDB do Paraná. Indignado com a farra demotucana, o jornal pensa até desenvolver campanha “Volta, Rossoni”.

Segundo reportagem de Euclides Cunha Garcia, o legislativo estadual turbina em R$ 18.824.650 por ano os gastos com cargos em comissão – o cálculo não leva em conta os nomeados nos gabinetes parlamentares.

Na época do então presidente Valdir Rossoni ele jurava pelas páginas da Gazeta que havia realizado cortes no número de comissionados na Casa. Mas ambos, o jornal e o tucano, omitiam que o orçamento era constantemente turbinado — o que possibilitava a devolução daqueles “cheques sem fundo” ao final do ano legislativo.

Na verdade, a Assembleia é um puxadinho do Palácio Iguaçu. Além de abrigar os interesses dos deputados, de todos os partidos, também agasalha aliados do próprio executivo. Ou seja, há uma simbiose entre um poder e outro e ninguém faz essa contestação porque todos se locupletam dela.

São as comissões que permitem aos parlamentares mais recursos e assessores para seus respectivos mandatos e isso, por sua vez, garante a permissividade em relação à mesa executiva — que presta serviço ao governador Beto Richa (PSDB) dizendo “amém”, aprovando tudo graças à maioria forjada nesse esquema.

É assim que funciona a roda na Assembleia Legislativa do Paraná. O jornal Gazeta do Povo contou bem a história do ponto de vista moral, udenista, mas precisa avançar do ponto de vista político, do funcionamento e da dominação do poder naquele ambiente.

Economia

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