Erdogan, da Turquia, chama Israel de ‘estado terrorista’ ao condenar ataque a hospitais em Gaza

A Turquia liderou a condenação diplomática internacional de Israel depois que as suas tropas entraram no complexo hospitalar de Shifa, em Gaza, enquanto a ONU e as agências de ajuda expressavam preocupação com o impacto da operação israelense sobre funcionários e pacientes.

Falando no parlamento, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, descreveu Israel como um “Estado terrorista” que cometia crimes de guerra e violava o direito internacional em Gaza, e repetiu a sua opinião de que o Hamas não era uma organização terrorista.

Erdogan apelou a Benjamin Netanyahu para anunciar se Israel tinha bombas nucleares ou não, e afirmou que o líder israelense estava liquidado no seu posto.

>>Gaza com notícias de crianças mortas torna-se um cemitério para a consciência da humanidade

Ele prosseguiu dizendo que a Turquia trabalharia no cenário internacional para garantir que os colonos israelenses fossem reconhecidos como terroristas.

A Turquia retirou diplomatas de Israel em meio à resposta israelense ao ataque do Hamas em 7 de outubro.

Economia

Israel nunca revelou publicamente se possui armas nucleares, embora no início da guerra contra o Hamas um ministro do governo de Netanyahu tenha declarado que lançar uma arma nuclear na Faixa de Gaza era uma opção.

“Tenha quantas bombas nucleares quiser, o seu fim está chegando, você está indo embora”, discursou o presidente Erdogan em uma reunião do grupo do seu partido na Grande Assembleia Nacional Turca.

Os últimos comentários de Erdogan suscitaram uma resposta feroz de Israel, onde o líder da oposição, Yair Lapid, disse:

“Não aceitaremos lições de moralidade do Presidente Erdogan, um homem com um histórico terrível em matéria de direitos humanos. Israel está a defender-se contra terroristas brutais do Hamas-Isis, alguns dos quais foram autorizados a operar sob o teto de Erdogan.”

>>Situação crítica: bebês prematuros em risco no Hospital al-Shifa

Na segunda-feira (13/11), durante cerimônica de chaga de 32 brasileiros repatriados, que estavam na Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também havia elevado o tom contra o Estado de Israel.

“O Hamas cometeu um ato terrorista e fez o que fez. Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Eles não estão matando soldados, estão matando crianças”, protestou o presidente brasileiro.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, já tinha enfurecido Israel ao apelar às suas forças para pararem de “matar bebês”.

Israel está sob pressão internacional para produzir provas de que o subsolo do hospital estava sendo usado como quartel-general do Hamas, como há muito afirma.

As tropas encontraram armas e “infraestrutura terrorista” em um local específico do hospital, jurou um alto funcionário das FDI, segundo o The Guardian.

O Hamas disse que a afirmação era uma “mentira descarada”.

A Casa Branca disse na terça-feira que possuía inteligência para mostrar que o hospital estava sendo usado pelo Hamas, acrescentando que não apoiava ataques aéreos ao hospital nem que fosse palco de tiroteios.

>>Como foi a chegada de brasileiros da Faixa de Gaza e a recepção por Lula

Autoridades israelenses disseram que nenhum combate ocorreu dentro do hospital desde que os soldados chegaram durante a noite.

Uma nova sondagem Reuters/Ipsos revelou que o apoio público dos EUA à guerra de Israel está diminuindo e a maioria dos americanos pensa que Israel deveria pedir um cessar-fogo.

Quando questionados sobre qual o papel que os EUA deveriam desempenhar, 32% dos entrevistados disseram que “os EUA deveriam apoiar Israel”, abaixo dos 41% numa sondagem realizada de 12 a 13 de Outubro.

Em relação à afirmação de que “Israel deveria pedir um cessar-fogo e tentar negociar”, 68% dos entrevistados disseram concordar.

A ONU e as agências humanitárias expressaram sérias preocupações sobre o ataque.

“Estou chocado com os relatos de ataques militares ao hospital al-Shifa”, disse o chefe da agência humanitária da ONU, Martin Griffiths, no X.

“A proteção dos recém-nascidos, dos pacientes, do pessoal médico e de todos os civis deve sobrepor-se a todas as outras preocupações. Hospitais não são campos de batalha.”

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a agência perdeu novamente contato com a equipe do hospital.

“Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes”, disse ele.

>>Em delírio, Bolsonaro acredita que resgatou brasileiros em Gaza e Israel

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse estar “extremamente preocupado com o impacto nas pessoas doentes e feridas, no pessoal médico e nos civis”.

Philippe Lazzarini, chefe da Agência de Assistência e Obras da ONU para os Refugiados da Palestina, disse que a operação da agência em Gaza estava à beira do colapso.

“Até ao final de hoje, cerca de 70% da população de Gaza não terá acesso a água potável”, disse ele.

O Ministério das Relações Exteriores francês disse que a França estava profundamente preocupada com as operações militares em al-Shifa.

“Nenhum uso de infraestrutura civil para fins militares é aceitável”, afirmou.

“A população palestina não deveria ter de pagar pelos crimes do Hamas, e muito menos os vulneráveis, feridos ou doentes e os trabalhadores humanitários.”

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, instou Israel a pôr fim à “matança indiscriminada de palestinianos” em Gaza.

“Exigimos um cessar-fogo imediato por parte de Israel em Gaza e o estrito cumprimento do direito humanitário internacional, que hoje claramente não é respeitado”, disse ele durante um debate no parlamento.

O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia disse que a operação no hospital foi uma violação das Convenções de Genebra de 1949 e responsabilizou Israel “pela segurança dos civis e do pessoal médico que trabalha no hospital”.

>>Milhares de pessoas se manifestam em Israel pelo cessar-fogo no dia 36 da guerra em Gaza

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina acusou o exército israelense de ter “violado flagrantemente” o direito internacional ao lançar uma operação militar contra o hospital e apelou a uma intervenção internacional para proteger os civis.

Na única notícia diplomática brilhante, o primeiro caminhão que transportava um carregamento de combustível da ONU para Gaza desde que Israel impôs o seu cerco atravessou o Egito na quarta-feira, embora pouco faça para aliviar a escassez que tem dificultado os esforços de socorro.

A entrega foi possível porque Israel deu a sua aprovação para que 24 mil litros de diesel fossem autorizados a entrar em Gaza para caminhões de distribuição de ajuda da ONU, embora não para utilização em hospitais, segundo uma fonte humanitária.

“Isso representa apenas 9% do que precisamos diariamente para sustentar atividades que salvam vidas”, postou Tom White, diretor da agência humanitária da ONU em Gaza, no X.

Ele confirmou que pouco mais de 23 mil litros, ou meio caminhão-tanque, foram transportados foi recebido.

Desde o início da Guerra em Gaza, pelo menos 1.200 civis e soldados foram mortos desde 7 de outubro, 239 reféns mantidos do Hamas, enquanto 11.240 palestinos foram mortos [cerca de 70% mulheres e crianças].

Nesta quarta-feira, 15 novembro, é o dia 40 desse mortal conflito.

Com informações de Agências

Uma resposta para “Erdogan, da Turquia, chama Israel de ‘estado terrorista’ ao condenar ataque a hospitais em Gaza”

  1. Ontem o Jornal da Record Petencosta, que só agrada os crentes, fez uma menção em dizer que o Presidente Lula está isolado no Mundo, já que chama os atos de Israel de terrorismo também, pelo visto ele tem companhia do Governante da Turquia. Tem uns jornais que misturam ideologia religiosa com fatos VERDADEIROS. Só aceita o massacre de Israel em cima dos palestinos quem não tem DEUS no coração. Porque a conta não fecha, já morreram mais de 11 mil palestinos entre crianças, mulheres, idosos e homens, em relação aos 245 sequestrados pelo Hamas. Poderia Israel tentar de outra maneira a resolução da questão, mas, foram para o lado que não deveriam ter ido. São iguais ao Hamas. E mesmo os mortos só soma do lado israelita 1 mil e poucas pessoas. Muito pouca gente morta, para tanta barbárie israelita. E não justifica o tal “direito de defesa”, como os gringos fala. Isso é CRIME DE GUERRA, EM TUDO, ATÉ PORQUE ATACARAM ESCOLAS E HOSPITAIS, ESTÁ PROIBIDO NA CONVENÇÃO DE GENEBRA. Só a ONU que não sabe disso, está certíssimo o Presidente Lula em dizer que tem que acabar com o Conselho de Segurança da ONU, onde cinco Nações, mandam mais que o resto do Mundo.

Deixe um comentário