O exército israelense ordenou nesta quarta-feira (15/11) a retirada de palestinos do sul de Gaza, pela primeira vez desde o início da guerra com o Hamas, após forçar a deslocação de 1,1 milhões de pessoas de norte para sul da Faixa.
“Para sua segurança, deve evacuar rapidamente o seu local de residência e dirigir-se a refúgios conhecidos”, indicou o exército em panfletos lançados pelo ar e dirigidos às comunidades situadas no leste do município de Khan Younis: Al Qarara, Khuzaa, Bani Suheila e Abasan, no sul da Faixa de Gaza.
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“As ações do Hamas e das organizações terroristas obrigam as Forças de Defesa de Israel (FDI) a atuar contra eles nas suas zonas de residência. As FDI não estão interessadas em provocar danos a si ou às suas famílias”, assinalam os panfletos, segundo confirmaram à agência noticiosa Efe vários residentes locais.
Em 13 de outubro, uma semana após o início do atual conflito, o Exército israelense ordenou a retirada em direção a sul de 1,1 milhões de pessoas que viviam na parte norte da Faixa de Gaza — metade da sua população –, antes de iniciar por esse flanco a incursão terrestre que o conduziu à cidade de Gaza e ao posterior avanço para o centro do enclave.
Esta deslocação forçada, o maior êxodo da população palestina desde a Nakba (1947-1948), implica que quase dois milhões de pessoas estejam atualmente a sul de Wadi Gaza, um rio situado no centro do território.
Agora, o Exército israelense exige a retirada as populações que estavam fixadas a sul deste rio.
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Ou seja, a Palestina pode ser apagada do mapa — se os seus 2 milhões de cidadãos forem empurrados.
No entanto, o cerco diplomático a Israel aumentou após o exército bombardear o hospital al-Shifa em Gaza.
Belize [América Central] anunciou rompimento diplomático com Israel, após países latino-americanos liderarem esse movimento através das iniciativas de Bolívia, Colômbia, Chile e Honduras que chamaram de volta seus embaixadores.
Países do Oriente Médio e África também retiraram seus diplomatas de Israel: Turquia, Bahrein, Jordânia, Chade e África do Sul.