Segundo reportagem da Folha nesta segunda-feira (15), de 80 obras que tocava em 2014, início da Lava Jato, restaram apenas 20 canteiros em 2019.
Dos 127 mil empregos diretos e indiretos restaram somente 19 mil.
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Se antes da força-tarefa comandado pelo procurados Deltan Dallagnol e pelo então juiz Sérgio Moro a OAS tinha receita bruta de R$ 7,7 bilhões, agora, em situação pré-falimentar, a empreiteira projeta receita bruta de R$ 900 milhões.
A OAS passa pelas mesmas agruras que a Odebrecht, também uma vítima da Lava Jato. A maior empreiteira do País pediu recuperação judicial de R$ 100 bilhões há um mês.
Além de empregos direitos e indiretos, OAS e Odebrecht também representam a “memória técnica” da engenharia brasileira. Uma vez elas desaparecendo, com certeza, surgirão companhias estrangeiras para substituí-las nos mercados local e internacional. É nesse contexto que foi celebrado o acardo Mercosul-União Europeia.
O mais puro dos “garantistas” que condena as delações premiadas e a prisão política do ex-presidente Lula poderia, de plano, aplaudir o desaparecimento dessas empresas. Entretanto, elas integram o cardápio do projeto de soberania nacional. Ou seja, eventuais malfeitos de seus dirigentes não podem em hipótese alguma ser confundidos com a inteligência técnica da indústria da construção pesada.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.