Bolsonaristas e lavajatistas se unem no PL e Novo contra o Supremo Tribunal Federal

Coordenadores de 22 frentes parlamentares da Câmara dos Deputados, acompanhados pelos partidos PL (Partido Liberal) e Novo, reuniram-se no Salão Verde da Câmara nesta quarta-feira (27/9) para expressar seu repúdio a julgamentos recentes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Esses julgamentos, relacionados a questões como drogas, aborto e direito à propriedade, foram vistos por bolsonaristas e lavajatistas como uma invasão da competência do Congresso Nacional para legislar sobre esses assuntos.

São pautas de costume, que mobilizam os extremistas, enquanto distraem o distinto público dos privilégios que eles defendem na economia para estas frentes de interesses.

No decorrer da última semana, o STF rejeitou a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, uma medida que tinha o apoio de setores ruralistas.

Além disso, na sexta-feira anterior, a ministra Rosa Weber deu continuidade a uma ação que debate a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

Por fim, em agosto, a Corte acumulou cinco votos a favor de afastar a criminalização do porte de maconha para consumo pessoal.

Economia

O deputado Altineu Côrtes, líder do PL, destacou a importância de cada poder se ater ao seu papel e enfatizou que as frentes parlamentares, em conjunto com o Partido Liberal e o Partido Novo, estão presentes para defender as prerrogativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Ele declarou que após o diálogo entre as frentes, ficou acordado que os representantes do movimento buscarão uma conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a votação de propostas que reafirmem “a força e o papel do Poder Legislativo”.

Em relação às obstruções, Côrtes anunciou a intenção do seu partido e dos membros das frentes parlamentares de obstruir as votações na Casa.

Ele ressaltou que a obstrução pode ser feita por partido político e que o PL e o Novo já estão em obstrução, mas este movimento é suprapartidário, exigindo uma solução política.

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), coordenador da Frente Agropecuária, reforçou o discurso em defesa das prerrogativas do Parlamento, enfatizando que esse movimento é uma resposta clara a qualquer interferência no Poder Legislativo.

Ele afirmou que a obstrução se manterá até que a situação seja resolvida.

Lupion também destacou como positiva a aprovação, no mesmo dia, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, de um projeto que define o marco temporal como regra para demarcação de terras indígenas no país.

A tese do marco temporal permite a demarcação apenas de terras que já eram ocupadas por comunidades indígenas antes da Constituição de 1988.

Diversos coordenadores das frentes, como Alberto Fraga (PL-DF) da Frente da Segurança Pública, Eros Biondini (PL-MG) da Frente Católica e Alceu Moreira (MDB-RS) da Frente Mista do Biodiesel, expressaram críticas aos julgamentos ainda em andamento sobre o aborto e o porte de maconha.

Eles ressaltaram que a sociedade brasileira tem acompanhado com indignação as movimentações em direção à aprovação do aborto e da legalização das drogas.

O ato contou com a participação das seguintes frentes parlamentares:

  • Frente da Agropecuária;
  • Frente da Segurança Pública;
  • Frente em Defesa da Vida e da Família;
  • Frente dos CACS (caçadores, atiradores e colecionadores);
  • Frente Contra as Drogas;
  • Frente Evangélica;
  • Frente Católica;
  • Frente em Defesa de Educação Sem Doutrinação Ideológica;
  • Frente dos Produtores de Leite;
  • Frente pela Defesa das Prerrogativas;
  • Frente de Defesa das Pessoas com Deficiência;
  • Frente do Livre Mercado;
  • Frente do Comércio e Serviço;
  • Frente do Biodiesel;
  • Frente do Brasil Competitivo;
  • Frente do Cooperativismo;
  • Frente dos Rodeios e Vaquejadas;
  • Frente do Semiárido;
  • Frente Mista Contra o Aborto em Defesa da Vida;
  • Frente das Comunidades Terapêuticas;
  • Frente Evangélica do Senado; e
  • Frente do Empreendedorismo.

PL é a agremiação do ex-presidente Jair Bolsonaro, recentemente julgado e declarado inelegível, enquanto o Novo pretende agasalhar correligonários do ex-deputado Deltan Dallagnol, que também recentemente foi cassado pelo TSE por fraude à lei.

Ou seja, o Novo trabalha com a hipótese de se transformar no bunker do lavajatismo.

Portanto, PL e Novo ensaiam juntos um movimento de extrema direita com o intuito de polarizar nas eleições municipais de 2024.

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Uma resposta para “Bolsonaristas e lavajatistas se unem no PL e Novo contra o Supremo Tribunal Federal”

  1. NÃO AMOLA, PERDEU MANÉ. E é este Congresso de AMEBAS BOLSONARISTAS E LAVAJISTAS que teremos que aturar até 2026. Espero que até lá o povão aprenda a votar em candidatos que a pauta é para o social e não para o capital de alguns abastados ruralistas e empresários. Fora corja de CHUPIM, em 2026 terão seu troco e gorjeta de volta.

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