Arthur Lira é o “Zé Trovão” do bolsonarismo na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira (PP-AL), é uma espécie de “Zé Trovão” do bolsonarismo no parlamento brasileiro. Uma vergonha, que os alagoanos terão de resolver nas urnas em 2022.

Lira quer positivar em lei o negacionismo acerca dos aumentos abusivos nos combustíveis. Ele disse que vai colocar em discussão e votação a proposta que unifica em todo o País as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidentes sobre combustíveis (PLP 16/21). 

Ou seja, o presidente da Câmara atribui aos governadores de estado –assim como o presidente Jair Bolsonaro e o líder foragido dos caminhoneiros Zé Trova– os aumentos criminosos nos preços da gasolina, do óleo diesel, etanol, do gás de cozinha, dentre outros derivados do petróleo.

A causa dos aumentos dos combustíveis no país está na variação cambial do dólar e na cotação internacional do petróleo, que a Petrobras utiliza essa política de equiparação de preços mundiais. Em síntese, o brasileiro recebe seu salário em real, mas é obrigado a comprar os combustíveis em dólar.

A proposta cria uma alíquota única de ICMS sobre gasolina e diesel é a “cloroquina” proposta por Lira nessa discussão sobre os aumentos nos combustíveis, pois liquida uma importante receita dos estados e é um “remédio” ineficaz para conter a especulação com o petróleo brasileiro.

“Papelão de Lira culpar ICMS por alta dos combustíveis para agradar Bolsonaro”, disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Segundo a presidenta nacional do PT, o ICMS é o mesmo desde a década de 90. “O presidente da Câmara sabe [da alíquota]. Não adianta de nada se a política de preços ficar dolarizada”, considerou.

Economia

Na terça (28/09), Lira disse que a Câmara Federal cumpre seu papel e dá sustentação a um governo que precisa do apoio do Parlamento para aprovar as reformas que o Brasil precisa.

“Papel da Câmara não é dar sustentação ao governo, é fazer o que é melhor para o povo, presidente”, contestou a dirigente petista.

Recentemente, os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e de São Paulo, João Doria (PSDB), com a “assistência” do ex-governador do Paraná por três mandatos Roberto Requião (sem partido), desmistificaram essa tentativa de Bolsonaro e dos bolsonarista de transformar a redução do ICMS a “cloroquina” do aumento abusivo nos combustíveis.

Em tempo: diante da ameaça de paralisação dos caminhoneiros, indignados com o aumento do diesel, cadê Zé Trovão?

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