Aliança entre lavajatistas e bolsonaristas para bloquear indicação de nova superintendente do Ibama no Paraná escandaliza Palácio do Planalto

A disputa pela nomeação da nova superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, tem sido marcada por uma inusitada aliança entre lavajatistas e bolsonaristas. A nomeada em questão é a ambientalista e advogada Andrea Godoy, cuja indicação enfrenta forte oposição do atual superintendente, Ralph de Medeiros Albuquerque, um conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A aliança tácita entre Albuquerque e a procuradora Monique Checker, ex-integrante da força-tarefa Lava Jato, tem surpreendido muitos observadores políticos. Em agosto de 2019, durante o período em que Lula estava ilegalmente preso em Curitiba, Checker foi flagrada fazendo piadas de mau gosto sobre o luto do atual presidente.

“Fez discurso político (travestido de despedida) em pleno enterro do neto, gastos públicos altíssimos para o translado, reclamação do policial que fez a escolta… vão vendo”, disse ela no grupo de Telegram dos procuradores da força tarefa da Operação Lava Jato. A mensagem foi revelada pela Vaza Jato (Operação Spoofing).

Arthur Lula da Silva, de 7 anos, neto do presidente Lula, morreu de meningite bacteriana em SP

Na época, a procuradora também demonstrou seu apoio ao promotor de Goiás, Fernando Greb, que havia feito comentários ofensivos sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Em suas redes sociais, Checker manifestou solidariedade ao promotor, criticando o Conselho Nacional do Ministério Público por aplicar uma pena de censura a Greb.

“Minha solidariedade ao promotor @promotorkrebs. Estamos no país da impunidade, em que chamar membros do MP de ‘cretinos’ pode pois o CNJ não fiscaliza o Poder Moderador”, escreveu Checker em seu Twitter, direcionando o seu comentário aos ministros do STF. Ela estava furirosa com uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público.

Esses episódios levantam questionamentos sobre a imparcialidade da procuradora em relação a questões políticas e sua disposição em se unir a figuras bolsonaristas, segundo frequentadores da Boca Maldita, centro nervoso da política na capital paranaense.

Economia

Enquanto isso, 39 servidores em cargos comissionados do Ibama do Paraná colocaram seus cargos à disposição. Agradecendo o desprendimento da equipe, Godoy afirmou que esse gesto facilitará a composição de sua futura equipe de trabalho.

A aliança entre lavajatistas e bolsonaristas contra a indicação de Godoy mostra como as tensões políticas continuam e como os correligionários do antigo governo ainda estão entranhados na coisa pública. O embate em torno do Ibama reflete as disputas de poder, em que os derrotados ainda resistem reconhecer o resultado das urnas.

O Blog do Esmael apurou que o Palácio do Planalto ficou escandalizado com a reação de lavajatistas e bolsonaristas, por isso o governo federal abençoou a nomeação da ambientalista Andrea Godoy e, segundo fontes em Brasília, a politização desse ato administrativo fortalece ainda mais a escolha de Godoy.

Resumo da ópera: o Palácio do Planalto rejeita o terceiro turno e o negacionismo eleitoral.

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