A probabilidade de um conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia é extremamente baixa

Andrey Kortunov, chefe do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, acredita que a probabilidade de confrontos militares reais entre a Rússia e a Ucrânia é extremamente baixa.

Diferente do que apregoa a mídia ocidental, sobretudo a americana, a imprensa russa não crê em conflito armado contra a Ucrânia. É o que registra neste domingo (13/02) o jornal Pravda, que publicou as impressões do cientista político Andrey Kortunov.

“Parece-me que tudo é acrítico, e acredito que as chances de iniciar as hostilidades são extremamente baixas”, disse Kortunov à TASS. Ao mesmo tempo, ele observou que o nervosismo aumenta os riscos de uma escalada não intencional. E erros ou falhas técnicas podem levar a um conflito que ninguém quer. Isso, segundo Kortunov, já aconteceu na história.

Ele observou que a liderança russa vem declarando há vários meses que não há planos agressivos em relação à Ucrânia.

“Ninguém vai lutar, exceto se a própria Ucrânia provocar um conflito tentando resolver o problema de Donbas por meios militares, mas agora [o presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky diz que isso não está incluído nos planos”, acrescentou Kortunov.

O cientista político acredita que o conflito não é lucrativo para a Rússia, pois “os custos associados em termos de sanções, a destruição dos acordos de Minsk e as mudanças no sentimento público no território da Ucrânia serão muito significativos e os dividendos são duvidosos”.

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Além disso, sublinhou o especialista, as forças armadas russas não “realizarão manobras durante vários meses, dando assim aos seus potenciais adversários a oportunidade de preparar e aumentar os custos de tal operação”. De acordo com Kortunov, as Forças Armadas russas são caracterizadas por um algoritmo diferente de ações, quando as decisões são tomadas com prontidão e implementação rápida.

Deve-se notar que, após as conversas entre Vladimir Putin e Joe Biden, que ocorreram em 12 de fevereiro, o assessor presidencial Yuri Ushakov observou que a escalada em torno do tema “invasão russa da Ucrânia” foi coordenada, e “a histeria acabou de atingir seu clímax.” Foi ela quem motivou o pedido americano de negociações entre os dirigentes dos dois países, apesar de os americanos estarem a “inflacionar artificialmente a histeria”, sublinhou o assessor do presidente russo.

Forçando o tema da “invasão” continua por vários meses. Na sexta-feira, funcionários do governo dos EUA disseram que a “invasão” poderia ocorrer na próxima semana. Além disso, até as datas foram nomeadas – 15 ou 16 de fevereiro.

A julgar pelos relatos da imprensa ocidental, até os aliados dos EUA estavam céticos em relação a essa informação. No entanto, esta tornou-se a razão pela qual mais de três dezenas de estados já apelaram aos seus cidadãos com um apelo para se recusarem a viajar para a Ucrânia ou deixar o território deste estado.

Na Rússia, as informações sobre a preparação de uma “invasão” foram repetidamente refutadas no mais alto nível do governo.

Do Pravda