Para Bolsonaro, só os jornalistas que o defendem têm opinião própria

O presidente Bolsonaro usou o Twitter para elogiar quatro jornalistas alinhados com seus posicionamentos de extrema-direita.

Segundo o presidente, Luís Lacombe, Leandro Narloch, Caio Coppolla e Rodrigo Constantino possuem “opinião própria e independência”.

Luís Ernesto Lacombe, ex-globo, conduzia um programa alinhado ao bolsonarismo na TV Bandeirantes, de onde foi defenestrado. Leandro Narloch dançou na CNN, o que também deve acontecer com Caio Coppolla. Já Constantino passou por vários veículos e ficou conhecido por seus posicionamentos raivosos; menos contra Bolsonaro, é claro.

Veja o que Bolsonaro escreveu sobre os quatro que lhe agradam:

“Luís Lacombe, Leandro Narloch, Caio Coppolla e Rodrigo Constantino possuem algo em comum, que é opinião própria e independência. Isso já é suficiente para serem considerados nocivos dentro de grande parte da mídia, hoje completamente dominada pelo pensamento de esquerda radical.”

“Não tenho relação com nenhum desses. Inclusive, por diversas vezes, sou alvo de suas críticas. Mas no Brasil formou-se um cenário onde não ser radicalmente crítico a um governo conservador/liberal já é motivo para ilações e perseguições. A esquerda não respeita a democracia!”

Economia

Constantino aproveitou a deixa para puxar o saco do ‘chefe’:

Parece que Bolsonaro não lê o que escreve. Se não, vejamos: Em uma parte ele diz: “Mas no Brasil formou-se um cenário onde não ser radicalmente crítico a um governo conservador/liberal já é motivo para ilações e perseguições.” Mas, como assim? Bolsonaro é o maior perseguidor de jornalistas e de canais de comunicação do Brasil atual.

E ele termina dizendo: “A esquerda não respeita a democracia!” Pois Lula, Dilma, o PT e aliados passaram os 14 anos de governo apanhando duramente da imprensa praticamente sem questioná-la, numa atitude quase bovina, que acabou abrindo caminho para o golpe de 2016.

Quando alguém age como Bolsonaro, que parece viver em um universo paralelo de tanto que despreza a realidade a gente fica pensando: será que é desfaçatez, ou ele acredita no que fala???

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Médica bolsonarista é afastada do Hospital Albert Einstein por citação nazista

A médica Nise YamaguChi, também conhecida como Doutora Cloroquina, foi afastada do Hospital Albert Einstein em São Paulo.

Ela defende o uso da Cloroquina para tratamento da Covid-19 e muita gente simpática ao bolsonarismo inferiu erroneamente que esse fosse o motivo do seu afastamento. Mas não foi.

O real motivo foi uma fala infeliz da médica. Ela disse: “Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela MASSA DE REBANHO de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações…”.

Veja o que escreveu o jornalista Leandro Demori:

“As pessoas ligadas ao bolsonarismo só têm duas analogias no repertório: judeus ou sexo. Agora foi a vez da Ms. Cloroquina.”

A seguir, reproduzimos uma nota do Hospital explicando o incidente:

ALBERT EINSTEIN

SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA

Nota à imprensa

São Paulo, 11 de julho de 2020 — Com relação a declarações prestadas pela Dra. Nise Yamagushi, o Hospital Israelita Albert Einstein tem a esclarecer o seguinte:

1. O hospital respeita a autonomia inerente ao exercício profissional de todos os médicos, jamais permitindo restrições ou imposições que possam impedir a sua liberdade ou possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.

2. A Dra. Nise Yamagushi faz parte do corpo clínico do Hospital, sendo admissível que perfilhe entendimento próprio com relação ao atendimento de seus pacientes ou à sua postura em face da pandemia ora combatida, desde que observe as regras relacionadas ao uso da sua rendição de integrante do Corpo Clínico em sua comunicação. 

3. Trata-se, contudo, de hospital israelita e a Dra. Nise Yamagushi, em entrevista recente, estabeleceu analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao declarar que “você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela MASSA DE REBANHO de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações…”.

4. Como se trata de manifestação insólita, o hospital houve por bem averiguar se houve mero despropósito destituído de intuito ofensivo ou manifestação de desapreço motivada por algum conflito. Durante essa averiguação, que deve ser breve, o hospital não esperava que o fato viesse a público.

A expectativa do hospital é a de que o incidente tenha a melhor e mais célere resolução, de modo a arredar dúvidas e remover desconfortos.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

A deputada Janaina Paschoal foi uma das pessoas que se apressou a julgar a postura do hospital sem saber dos fatos. Ela foi “esclarecida” pela jornalista Mônica Bergamo.

Confira abaixo:

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Senadora Leila Barros está com Covid-19

Países latino-americanos serão os primeiros a receber medicamento russo contra a Covid-19

Parece que a Doutora Nise, assim como Osmar Terra,  é candidata ao ministério da Saúde. Os dois são mais bolsonaristas que o próprio Bolsonaro. Como diz o ditado: “Quando a esmola é demais, até o santo desconfia.”

Países latino-americanos serão os primeiros a receber medicamento russo contra a Covid-19

O Brasil e outros países da América Latina serão os primeiros a receber o medicamento russo contra a Covid-19 chamado Avifavir, conforme anunciado por Kiril Dmítriyev, diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF).

“Recebemos uma solicitação de mais de 50 países e, é claro, nossa prioridade são os países em que o número de infecções por coronavírus está aumentando consideravelmente. Esse é o caso do Brasil e muitos outros países da América Latina”, disse Dmítriyev em entrevista ao canal Rossiya 1.

Ele acrescentou que “muitos países agora carecem de medicamentos antivirais” e a Rússia pode “atender a essa necessidade”.

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O avifavir foi usado com sucesso no tratamento de mais de 30.000 pacientes em 51 regiões da Rússia, de acordo com as autoridades de saúde russas. O medicamento foi oficialmente apresentado nesta sexta-feira (10) para a América Latina e o Caribe pela Embaixada da Rússia na Guatemala juntamente com o RDIF.

No final de maio, o Avifavir recebeu um certificado de registro do Ministério da Saúde da Rússia e se tornou o primeiro medicamento SARS-CoV-2 do mundo a conter o ingrediente ativo favipiravir. Em 3 de junho, o medicamento foi incluído na lista oficial de diretrizes para prevenção, diagnóstico e tratamento da covid-19 no país.

O Ministério da Indústria e Comércio da Rússia já recebeu pedidos de fornecimento de Avifavir de países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), América Latina, Europa e Sudeste Asiático.

A informação é do RT, canal de televisão estatal russo.