STF nega habeas corpus e Sara Winter permanece presa

A ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou quatro pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa da bolsonarista Sara Winter que está presa em Brasília desde segunda-feira (15).

Sara foi presa no âmbito do inquérito que investiga as manifestações contra a democracia, que pedem fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Ela fez repetidas ameaças aos ministros, em especial a Alexandre de Moraes.

As prisões foram decretadas a pedido da Procuradoria-Geral da República. Os pedidos de prisão foram apresentados na última sexta-feira (12) e são temporários, ou seja, têm duração de cinco dias.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), há indícios de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional, que define crimes contra a ordem política e social.

Mesmo tendo participado de um protesto em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, o presidente Bolsonaro não é alvo de investigação.

O procurador-geral da República, Augusto Aras afirmou que “o Estado brasileiro admite única ideologia que é a do regime da democracia participativa. Qualquer atentado à democracia afronta a Constituição e a Lei de Segurança Nacional”.

Economia

[Vídeo]: Quem financia a violência contra o STF e o Congresso?

Existe um clássico no jornalismo e no direito penal segundo qual é preciso ‘seguir o dinheiro’ (Follow the Money) para chegar ao mandante de determinado crime. Tal mantra ganhou envergadura com o escândalo Watergate, nos Estados Unidos.

A questão é: quem financia o ódio, as ameaças contra ministros e a violência contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional?

A CPMI das Fake News, no Congresso, tem algumas pistas porque há algum tempo parlamentares da Câmara e do Senado vêm seguindo o dinheiro que financia os acampamentos, os carros de som, os outdoors, enfim, o marketing político desses grupos de extrema direita.

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O ex-presidente Lula fez uma importante denúncia na última quinta-feira (11), durante coletiva com youtubers, transmitida pelo Blog do Esmael, sobre o financiamento ilegal do presidente Jair Bolsonaro e do bolsonarismo. Ele atribuiu a informação à CPMI das Fake News.

Quanto à prisão da ativista Sara Winter, líder pública do grupo 300 do Brasil, pode ser o fio da meada para chegar ao ‘capo’ –o cabeça do grupo, como se diz na máfia italiana.

As investigações no inquérito da fake news, que tem relação causal com os ataques ao Congresso e ao STF, apontam que Winter e outros cinco presos nesta segunda-feira (15) são suspeitos de organizar e captar recursos para atos antidemocráticos, e de crimes contra a Lei de Segurança Nacional.

Não precisa ser “Mãe Zambelli” para deduzir que alguns empresários bolsonaristas podem ir para xilindró nas próximas horas ou dias. É questão de tempo. Portanto, tic-tac, tic-tac.

Assista ao vídeo:

Sara Winter, apoiadora de Bolsonaro, é transferida para penitenciária feminina de Brasília

A militante bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, chefe do grupo “300 do Brasil”, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, foi transferida nesta quarta-feira (17) para a Penitenciária Feminina de Brasília. Desde segunda (15) ela estava detida na Polícia Federal, com prisão temporária, pela realização de atos antidemocráticos contra o Congresso Nacional e o STF.

De acordo com o G1, secretário de Administração Penitenciária do DF, Adval Cardoso, afirmou que Sara Giromini vai ficar isolada em uma cela.

Na manhã de hoje a militante foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por injúria e ameaça contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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Caso seja condenada, deverá repará-lo em valor mínimo de R$ 10 mil por danos morais.

MPF denuncia Sara Winter por ameaça e injúria a Alexandre de Moraes

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (17) a extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, pelos crimes de injúria e ameaça contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Depois de ser alvo do inquérito do STF que investiga a produção e distribuição de fake news no país, Sara fez vídeos ameaçando colocar seus seguidores para perseguir o ministro e disse que queria “trocar socos” com ele.

“Eles não vão me calar. De maneira nenhuma. Pelo contrário. Eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pena que ele mora em São Paulo. Se estivesse aqui, eu tava na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor”, afirmou em um dos vídeos.

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Se condenada, Sara terá que indenizar Moraes em até 10 mil reais. O MPF, no entanto, não acatou o pedido do ministro de enquadrá-la na Lei de Segurança Nacional. De acordo com o procurador da República Frederick Lustosa, Sara “não impediu de fato o livre exercício da judicatura do ministro, nem da Suprema Corte de maneira geral” e não havia razão para o enquadramento.

Organizadora do grupo de extrema-direita 300 do Brasil, que defende o bolsonarismo, Sara foi presa temporariamente pela Polícia Federal (PF) na última segunda-feira, dentro de outro inquérito, o que investiga o financiamento de atos com cunho antidemocrático.

Com informações da Reuters.