A gestão de Dias Toffoli no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) provocou uma crise de riso nos banqueiros que não conseguem parar de rir. À toa começam rir. Do nada. Mas tem uma explicação para isso…
O CNJ vai permitir que os tribunais contratem bancos privados para administrar os depósitos judiciais. Segundo as contas do Valor Econômico, esses recursos são estimados em cerca de R$ 500 bilhões. Hoje, esse dinheiro só pode ser depositado em duas instituições públicas: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Evidentemente que Dias Toffoli não decidiu sozinho a parada. Além do voto dele, outros 11 conselheiros do CNJ votaram favoravelmente aos bancos privados. Somente um “moicano” se posicionou contra o ‘presentão’ para os banqueiros.
O escandaloso esquema funciona mais ou menos assim, com algumas variações.
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O depósito judicial são verbas de particulares que são dadas em garantia em determinada demanda judicial. Esses recursos ficam sob a guarda do judiciário até que a lide seja dirimida. Enquanto isso, os tribunais aplicavam esse dinheiro em bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil. Só podem escolher outras instituições [privadas] caso não haja os bancos oficiais na jurisdição.
Então, essas verbas particulares rendem nos bancos públicos cerca de 0,25% ao mês a título de remuneração para os tribunais. Em contrapartida, as duas instituições financeiras oficiais aplicam o dinheiro no fomento e no desenvolvimento do País, como construção de habitações populares, financiamento estudantil (FIES), etc.
Já no banco privado a história é outra. Ele pode até remunerar o dinheiro dos tribunais um pouco melhor, talvez 0,30% ao mês, mas deixarão a função social para trás. Muito provavelmente emprestarão os mesmos recursos com juros de 300% no cartão de crédito, 322% no cheque especial e o empréstimo pessoal a 108% ao ano.
Como se vê, caro leitor, os banqueiros têm motivos de sobra para rir à toa.
Agora, aguarde. Com a confirmação da reforma da previdência, no Senado, os banqueiros poderão baixar na UTI devido à crise de alegria. Afinal, serão mais R$ 1 trilhão para as burras do setor financeiro em detrimento dos idosos, viúvos, deficientes e órfãos.
Em tempo: Dias Toffoli foi na semana passada capa da revista Veja, veículo que é controlado pelo banco BTG Pactual.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.