O ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual, Márcio Albuquerque Lima, amigo e copiloto do governador Beto Richa (PSDB) nas corridas de 500 Milhas de Londrina, foi condenado a 97 anos de prisão nesta quinta (15) por chefiar esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná.
A sentença foi assinada pelo juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, no norte do Paraná, também atingiu outros 41 réus na ação criminal referente à primeira fase da Operação Publicano.
O próprio governador Beto Richa é investigado pelo STJ desde março deste ano.
Segundo a ex-auditor fiscal da Receita Luiz Antônio de Souza, R$ 4,3 milhões em propina arrecadados no esquema teriam sido destinados ao financiamento da campanha de reeleição de Richa, em 2014.
A Operação Publicano teve início em janeiro de 2015 com a prisão do fotógrafo e ex-assessor do governador Marcelo Tchello Caramori.
Conhecido nos bastidores policiais e políticos como “Taradão do Palácio Iguaçu”, em virtude do cargo comissionado que tinha até janeiro de 2015 e com sua prisão pela exploração de menores, Caramori também entregou as relações promíscuas do primo do governador, o lobista Luiz Abi Antoun, com a Receita Estadual, bem como as fraudes no governo do estado.
De acordo com balanço da força-tarefa da Operação Publicano, liderada pelo Gaeco, o braço policial do Ministério Público, o esquema de corrupção na Receita Estadual deu prejuízo de R$1,8 bilhão aos cofres públicos do Paraná.
Veja a relação dos condenados pela Publicano:
– Ademir de Andrade, condenado a nove anos de reclusão mais 47 dias-multa
– Ana Paula Pelizari Marques Lima, condenada a 76 anos de reclusão mais 605 dias-multa
– André Luis Santelli, condenado a 15 anos, um mês e 15 dias de reclusão mais 278 dias-multa
– Antônio Belini Júnior, condenado a quatro anos e oito meses de reclusão mais 37 dias-multa
– Antônio Pereira Júnior, condenado a um ano e três meses de reclusão mais 13 dias-multa
– Antônio Carlos Lovato, condenado a 69 anos e seis meses de reclusão mais 346 dias-multa
– Bruno Enko Júnior Andreatta, condenado a quatro anos e oito meses de reclusão mais 37 dias-multa
– Camila Nayara De Souza, condenada a um ano e três meses de reclusão mais 13 dias-multa
– Cláudio Tosatto, condenado a nove anos e seis meses de reclusão mais 57 dias-multa
– Clóvis Agennor Rogger, condenado a 37 anos e três meses de reclusão mais 163 dias-multa
– Daniela Feijó, condenada a um ano e três meses de reclusão mais 13 dias-multa
– Ednardo Paduan, condenado a nove anos e seis meses de reclusão mais 74 dias-multa
– Ernani Koji Tutida, condenado a 12 anos e um mês de reclusão mais 103 dias-multa
– Hederson Flávio Bueno, condenado a dois anos e seis meses de reclusão mais 26 dias-multa
– Íris Mendes Silva, condenada a 12 anos e nove meses de reclusão mais 66 dias-multa
– João Augusto Della Torre, condenado a quatro anos e oito meses de reclusão mais 37 dias-multa
– José Aparecido Valêncio da Silva, condenado a 38 anos, um mês e 15 dias de reclusão mais 191 dias-multa
– José Luiz Favoreto Pereira, condenado a 37 anos, oito meses e 15 dias de reclusão mais 412 dias-multa
– Láercio Rossi, condenado a 69 anos e seis meses de reclusão mais 346 dias-multa
– Leandro Junior Capelanes Rodrigues, condenado a dois anos e seis meses de reclusão mais 26 dias-multa
– Leila Maria Raimundo Pereira, condenada um ano e três meses de reclusão mais 13 dias-multa
– Lídio Franco Samways Júnior, condenado a 51 anos e seis meses de reclusão mais 249 dias-multa
– Lúcia Eiko Tutida, condenada a 12 anos e um mês de reclusão mais 103 dias-multa
– Luiz Antônio De Souza, condenado 49 anos e um 1 mês de reclusão e 1 ano de detenção
– Márcio De Albuquerque Lima, condenado a 97 anos, 1 mês e 29 dias de reclusão, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.
– Marco Antônio Bueno, condenado a 17 anos e um mês de reclusão mais 316 dias-multa
– Maria Nunes Clementino, condenada a dois anos e seis meses de reclusão mais 26 dias-multa
– Miguel Arcanjo Dias, condenado a 17 anos e três meses de reclusão mais 94 dias-multa
– Milton Antônio Oliveira Digiacomo, condenado a 44 anos e nove meses de reclusão mais 210 dias-multa
– Milton Egídio Evangelista, condenado a três anos de reclusão e dez dias-multa
– Orlando Coelho Aranda, condenado a 14 anos e três meses de reclusão mais 95 dias-multa
– Paulo Roberto Dias Midauar, condenado a dez anos e oito meses de reclusão mais 101 dias-multa
– Rafael Renard Gineste, condenado a quatro anos e oito meses de reclusão mais 37 dias-multa
– Ranulfo Dagmar Mendes, condenado a 14 anos e três meses de reclusão mais 95 dias-multa
– Ranulfo Santana De Castro, condenado a dois anos e seis meses de reclusão mais 26 dias-multa
– Renato Batista Esperandio, condenado a um ano de reclusão mais dez dias-multa
– Ricardo De Freitas, condenado a 11 anos e três meses de reclusão mais 72 dias-multa
– Rogério Spinardi, condenado a cinco anos de reclusão mais 52 dias-multa
– Rosângela de Souza Semprebom, condenada a 12 anos de reclusão por corrupção passiva e organização criminosa
– Rosineide de Souza, condenada a dois anos e seis meses de reclusão mais 26 dias-multa
– Sílvio Nunes Barbosa, condenado a cinco anos de reclusão e 52 dias-multa
– Stefan Ruthschilling, condenado a cinco anos de reclusão e 52 dias-multa
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.