A APP-Sindicato aprovou ontem (28), em seu Conselho Estadual, indicativo de greve dos professores e funcionários das 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná. Neste sábado (29), a partir das 9 horas, na Sociedade Morgenau, em Curitiba, uma assembleia da categoria decide a data em que o movimento será deflagrado. Será o fim da “política do cafezinho” adotado há três anos pela entidade na relação com o governo de Beto Richa (PSDB) e o vice Flávio Arns (PSDB), que acumula a Secretaria de Estado da Educação (SEED).
O Blog do Esmael transmitirá online pela Fanpage no Facebook (clique aqui para acessar) os principais acontecimentos na assembleia dos educadores. Você ficará sabendo ao vivo e em primeira mão as decisões do magistério paranaense, que é formado por cerca de cem mil profissionais.
Os leitores souberam em primeira mão, na quarta (27) que os educadores entrariam em greve. Este blogueiro entrevistou o diretor de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Paixão, que revelou a inevitabilidade! da greve por tempo indeterminado (clique aqui).
Arns e Richa agem fora da lei ao não cumprirem, por exemplo, a Lei Nacional do Piso que prevê 33% da hora-atividade. Os tucanos têm enrolado há anos a categoria acerca dos R$ 100 milhões devidos aos educadores relativos a avanços e progressões. Também ficou outra vez na promessa a resolução de salários atrasados dos professores PSS, contratação de mais funcionários para as escolas, dentre outras reivindicações.
A última greve da educação ocorrida no Paraná foi em 2000, ainda no governo Jaime Lerner. Antes dessa houve a de 1988, no governo àlvaro Dias, hoje senador da República.
Flávio Arns deixará a SEED e pode escapar da greve
O vice-governador Flávio Arns deixará o comando da Secretaria de Estado da Educação para disputar as eleições de outubro. Ele tem até 5 de abril para se desincompatibilizar do cargo, caso contrário fica inelegível para concorrer à Assembleia Legislativa ou mesmo à reeleição de vice (clique aqui).
Diferente de 2010, quando o então candidato Beto Richa (PSDB) antecipou o nome de Arns para a Educação, visando conter boatos de que o senador àlvaro Dias assumiria a pasta, em 2014 dificilmente o governador o confirmará na vice, na chapa de reeleição, ou mesmo na SEED, caso seja reeleito.
Fato concreto é que, se a APP-Sindicato deflagrar a greve somente a partir de 7 de abril, Arns escapará incólume do desgaste que um movimento desse causa ao titular da Educação. Segundo uma fonte do blog no Palácio do Iguaçu, o vice deverá ser substituído na SEED pelo também tucano Paulo Schimidt.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.