O ex-ministro Sérgio Moro pode ter o mesmo destino que Abraham Weintraub, ex-titular do MEC, que teve de sair corrido do País rumo ao autoexílio nos Estados Unidos.
O ex-juiz da Lava Jato colocou a barba de molho neste fim de semana, quando a Procuradoria-Geral da República, que chefia do Ministério Público Federal, começou uma devassa na força-tarefa de Curitiba.
Moro disse, em nota, que estranhou a ação da PGR e reconheceu que “aparentemente, pretende-se investigar a operação Lava Jato em Curitiba” e que “não há nada para esconder nas investigações. Embora essa intenção cause estranheza.”
O ministro Gilmar Mendes, um dos ideólogos do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro contribuiu quando tirou Moro de Curitiba e, depois, do governo.
“Podemos ter muitas controvérsias em relação ao governo Bolsonaro, mas agora acho que podemos ter dois consensos. Ele deu uma grande contribuição ao Brasil quando tirou Moro de Curitiba e, agora, quando o tirou do Ministério da Justiça.”
A declaração de Gilmar Mendes mostra o quanto Sérgio Moro está isolado e isso, segundo os bastidores da política, é elemento suficiente para o ex-ministro e ex-juiz deixar o País pela porta dos fundos, a exemplo de Weintraub.
O ex-ministro da Educação fugiu do Brasil, rumo à terra do Tio Sam, porque temia ser preso por ordem do STF. Ele é investigado no inquérito das fake news, que apura ofensas, ameaças e notícias falsas disparadas contra integrantes da corte e seus familiares.
O autoexílio é um exílio voluntário. Ocorre quando o sujeito não confia no Estado Democrático de Direito, no devido processo legal e nas suas garantias fundamentais previstas na Constituição Federal. Geralmente se materializa na iminência de uma grave ofensa aos direitos humanos do cidadão.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.