Resolução dos EUA sobre cessar-fogo em Gaza foi vetada na ONU pela Rússia e China

O conflito em curso em Gaza atingiu um momento crítico, com o Conselho de Segurança da ONU não conseguindo estabelecer um caminho para o cessar-fogo. Rússia e China se opuseram à resolução porque não conseguiram apoiar as cláusulas que condenavam o Hamas.

Uma resolução elaborada pelos EUA apelando para um cessar-fogo ligado a um acordo de reféns foi vetada pela Rússia e pela China nesta sexta sexta-feira (22/3). Esta ação destacou as profundas divisões dentro do Conselho de Segurança, um órgão encarregado de manter a paz e a segurança internacionais. O veto sublinhou as complexidades do conflito e os desafios para se chegar a uma resolução.

A resolução dos EUA pretendia vincular um cessar-fogo à libertação dos reféns israelitas detidos pelo Hamas. A enviada dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de darem prioridade ao interesse próprio cínico em detrimento da vida dos civis palestinos. No entanto, os críticos argumentaram que a resolução ficou aquém de uma exigência inequívoca de um cessar-fogo imediato, uma posição defendida por grupos de direitos humanos como a Anistia Internacional.

A posição dos EUA reflete a sua abordagem equilibrando a pressão sobre o Hamas com as negociações em curso sobre reféns em Doha. A presença de diretores da CIA e da Mossad ao lado de responsáveis ​​egípcios e do Qatar sugere um esforço concertado para quebrar o impasse. No entanto, a falta de progressos até ao momento levanta preocupações sobre a viabilidade desta abordagem.

O desafio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aos apelos dos EUA relativamente a uma ofensiva em Rafah injeta um elemento adicional de incerteza. Ao expressar a necessidade de evacuação civil e ajuda humanitária, Netanyahu enfatiza a necessidade de eliminar os remanescentes do Hamas em Rafah. Esta posição levanta o espectro de uma incursão terrestre brutal com consequências potencialmente devastadoras para os civis palestinos.

A oposição da Argélia à resolução dos EUA resultou da ausência de uma exigência clara de um cessar-fogo imediato. O Embaixador Amar Bendjama criticou a resolução como um “livre-trânsito” para as contínuas vítimas civis. Esta posição reflete um desejo internacional mais amplo de uma cessação imediata das hostilidades.

Economia

A visita de Antony Blinken a Israel teve como objetivo diminuir as tensões e dissuadir uma ofensiva em Rafah. Embora reconhecendo “conversas francas” com Netanyahu, Blinken reiterou a oposição dos EUA à operação devido às suas ramificações humanitárias e diplomáticas. O sucesso da diplomacia dos EUA depende de convencer Israel a dar prioridade às negociações em detrimento da ação militar.

Os analistas continuam divididos sobre as verdadeiras intenções de Netanyahu em relação a Rafah. Alguns acreditam que ele procura pressionar o Hamas nas conversações sobre reféns, enquanto outros suspeitam que considerações políticas internas influenciam a sua posição. A possibilidade de Netanyahu culpar os EUA por uma ofensiva cancelada seria a outra face da mesma moeda.

A comunidade internacional tem a obrigação moral e diplomática de agir de forma decisiva, como pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em manifestações anteriores.

O Conselho de Segurança da ONU deve resolver as suas divisões e dar prioridade a uma resolução que exija um cessar-fogo imediato. Devem ser criados corredores humanitários para aliviar o sofrimento dos civis. Ao mesmo tempo, todas as partes devem envolver-se em negociações de boa fé para abordar as causas profundas do conflito e garantir uma paz duradoura.

Esta conjuntura crítica exige uma ação decisiva de todas as partes interessadas. Só através de um compromisso coletivo com a diplomacia e de um cessar-fogo genuíno é que se poderá pôr fim ao devastador custo humano do conflito de Gaza.

Neste dia 168 da guerra em Gaza, são 32.070 mortos e 74.300 feridos no território palestino desde 7 de outubro.

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Uma resposta para “Resolução dos EUA sobre cessar-fogo em Gaza foi vetada na ONU pela Rússia e China”

  1. Os americanos sentiram o gosto do remédio que eles fizeram contra outras nações que estavam buscando o cessar fogo em Gaza. Tá na hora do premier israelense, responder pelos crimes contra a humanidade na Corte Internacional.

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