Os cidadãos de Curitiba enfrentam uma situação delicada no sistema de transporte coletivo, com problemas crônicos no acesso aos créditos do cartão de transporte, gerando transtornos para trabalhadores e estudantes. Desde sexta-feira (1º/3), relatos indicam que usuários, especialmente aqueles cujos créditos são depositados por empresas, estão enfrentando dificuldades significativas. Mesmo após o pagamento à Urbs, os créditos simplesmente não aparecem nos cartões dos empregados, afetando a rotina diária de muitos.
Os problemas de recarga e de sumiço de crédito no cartão transporte vêm dificultando a vida dos trabalhadores curitibanos, dos estudantes, enfim, dos usuários. Se tem problema no cartão, a Prefeitura de Curitiba tem que liberar a catraca até solucionar a falha.
Em resposta às crescentes queixas, a Urbs esclareceu que a instabilidade no sistema de bilhetagem e recarga de cartões se deve à migração para aprimoramento do serviço. Equipes técnicas estão empenhadas em normalizar a operação o mais rápido possível, mas a situação levanta questionamentos sobre a transparência dessas transições tecnológicas.
Diante da falta de acesso aos créditos, a orientação aos usuários é que se dirijam aos postos de atendimento da Urbs nos dias úteis, das 10h às 16h. Essa medida visa proporcionar um atendimento direto e ágil, buscando solucionar as questões individuais de cada usuário. Aproximadamente 65% dos passageiros dependem do sistema de vale-transporte, tornando crucial a resolução imediata desses problemas para evitar impactos significativos na vida diária dos cidadãos.
Além dos problemas recorrentes no cartão de transporte, a crise no sistema de transporte coletivo de Curitiba ganha um novo capítulo com a decisão do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) de suspender a compra de 70 ônibus elétricos, avaliada em R$ 317 milhões. A denúncia, fundamentada na ausência de aprovação de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, destaca a falta de rigor na condução de investimentos públicos.
O conselheiro Maurício Requião, responsável pela decisão, apontou a antijuridicidade do ato administrativo denominado EVTEA elaborado pela Urbs. A ausência de aprovação da autoridade responsável e a falta de parecer do órgão de assessoramento jurídico da administração levaram à conclusão de que o estudo não atende aos critérios necessários. Essa constatação reforça a necessidade de maior transparência e rigidez nos processos de aquisição de veículos para o transporte público.
Curitiba, que possui a tarifa de ônibus mais cara entre as capitais, enfrenta desafios persistentes no sistema de transporte coletivo. Durante a pandemia, a Prefeitura destinou meio bilhão de reais às empresas de ônibus, mesmo com a substancial diminuição do número de passageiros transportados. A necessidade do metrô e a perpetuação do sistema atual, que vigora há mais de 70 anos, tornam-se pontos cruciais e proibidos em parte da mídia curitibana.
A suspensão da milionária subvenção destinada às empresas concessionárias de ônibus pela decisão do TCE-PR é um passo crucial para garantir transparência e legalidade nas ações administrativas. O Blog do Esmael continuará atento ao desdobramento dessa decisão, bem como na falha do cartão de transporte, fornecendo atualizações para manter os cidadãos de Curitiba informados sobre questões fundamentais para a eficiência do transporte público na cidade. Além disso, defendemos que a Prefeitura libere a catraca já para todos os usuários quando esse problema de recarga ocorrer.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.