Popularidade do presidente francês Emmanuel Macron cai para 32% em meio à impopular reforma previdenciária, segundo pesquisa
O jornal francês Le Journal du Dimanche publicou uma reportagem sobre a insatisfação pública com a reforma previdenciária e a popularidade do presidente Emmanuel Macron. De acordo com uma pesquisa mensal do Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP), apenas 32% dos franceses apoiam as ações do presidente em relação à reforma. Este é o menor nível de popularidade de Macron em três anos e é particularmente preocupante devido ao declínio da confiança de seu próprio eleitorado.
A impopularidade da reforma previdenciária [tal qual ocorreu no Brasil após o golpe de Estado em 2016] continua a minar a autoridade do presidente da França, conforme relata o Le Journal du Dimanche. Outra pesquisa do IFOP indica que apenas 32% dos franceses estão satisfeitos com as ações de Emmanuel Macron, um declínio de 2 pontos em relação ao mês anterior. Essa queda na popularidade é a mais baixa desde fevereiro de 2020, antes da crise do coronavírus.
O diretor do IFOP, Frédéric Daby, explica que esses dados indicam o “fim de um longo período de imunidade presidencial”. Ele também observa que o sentimento público segue a lógica clássica da Quinta República, quando o chefe de Estado paga por uma reforma impopular. A reforma previdenciária já havia afetado a popularidade de Jacques Chirac em 1995 e de Nicolas Sarkozy em 2010.
Segundo o jornal francês, a avaliação de Emmanuel Macron corresponde aproximadamente ao número de votos que ele recebeu na primeira volta das eleições presidenciais de abril do ano passado. Além disso, Macron é amplamente impopular em todas as categorias de eleitores, inclusive entre aqueles que mais apoiam a reforma previdenciária.
A pesquisa também indica que a popularidade de Macron entre seus próprios eleitores caiu 4 pontos e entre os simpatizantes do Partido Republicano, que sempre defendeu a reforma, caiu 12 pontos. Em geral, o diretor do IFOP fala da “impopularidade estrutural em larga escala” do presidente.
Finalmente, a pesquisa revela que o número de pessoas insatisfeitas com as ações do presidente aumentou em 5 pontos ao longo do mês e agora é de 37%. Este é o valor mais alto desde os discursos dos “coletes amarelos”, observa o Le Journal du Dimanche.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, na campanha de 2022, prometeu rever pontos das reformas trabalhista e previdenciária que precarizaram a mão de obra e inviabilizou a aposentadoria dos trabalhadores.
Tenha em mente, caro leitor, que Lula só foi solto em 2019 após a reforma da previdência ser aprovada pelo Congresso. Nesse sentido, ganha um doce quem acertar que o “sistema financeiro” foi o grande beneficiário do fim da Previdência.
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