Odebrecht promete em novo livro revelações cabeludas sobre a Lava Jato

Jesus, me abana!

O empresário Emílio Odebrecht, dono de um dos maiores grupos empresariais do país, lançará um livro em maio, no qual relata sua versão dos fatos sobre a operação Lava Jato. A obra, intitulada “Uma Guerra contra o Brasil – como a Lava Jato agrediu a soberania nacional, enfraqueceu a indústria pesada brasileira e tentou destruir o Grupo Odebrecht”, é uma acusação direta aos investigadores, afirmando que tentaram arruinar a empresa.

O ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) foi quem liderou a persecução penal contra Odebrecht, em parceria com o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado pelo Podemos do Paraná. Por conta desse conluio, revelado pela Operação Spoofing, sentenças da Lava Jato foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, houve violação do sistema acusatório, previsto na Constituição, porque acusador e julgador giram de maneira inquisitória contra os réus – sem observar os princípios do devido processo legal e da ampla defesa e do contraditório.

Além de rememorar a falta de imparcialidade do juiz, Odebrecht promete com a nova obra revelações cabeludas sobre a força-tarefa que funcionou à margem da lei, entre 2014 e 2021, em Curitiba. A orelha foi assinada pelo escritor Fernando Morais, autor de “Chatô, o rei do Brasil”, “Olga” e “Lula: biografia” – o que causa frouxos intestinais em algumas personalidades na capital paranaense.

A construtora Odebrecht, atualmente Novonor, foi fundada há quase 80 anos pelo pernambucano Norberto Odebrechet e tornou-se um dos maiores grupos empresariais brasileiros, com atuação em mais de 20 países.

Emílio Odebrecht, de 78 anos, é baiano de Salvador e decidiu contar sua história após a empresa ter sido alvo da operação Lava Jato há quase sete anos.

Economia

A divulgação do livro ocorre em um momento em que há iniciativas para questionar os acordos de leniência feitos pelas empresas investigadas pela Lava Jato. Partidos aliados do Palácio do Planalto apresentaram um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os pagamentos decorrentes dos acordos.

A obra também vem à tona no contexto de uma virada no caso Lava Jato com o depoimento do ex-advogado Rodrigo Tacla Duran, testemunha protegida da Justiça, e da possível mudança de lado do doleiro Alberto Youssef – já relatada aqui pelo Blog do Esmael.

Marcelo Odebrecht, filho de Emílio e ex-presidente da empresa, ficou preso por dois anos e cinco meses em Curitiba e confessou que a construtora fazia pagamentos de propina a políticos, incluindo a “conta italiana”, que destinava recursos exclusivamente ao PT e ao Instituto Lula. No total, 77 executivos da empresa fizeram delação premiada.

Apesar das confissões, em 2018, Marcelo Odebrecht foi ouvido pela Polícia Federal do Rio Grande do Norte e não fez nenhuma denúncia contra políticos do Estado na ocasião.

Parafraseando o saudoso Ricardo Boechat, tire as crianças das telas!

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