Talvez o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), não consiga decifrar o recado mandado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vale para ele, mandatário da terra das araucárias, e demais 26 governadores do País.

“Nós vamos construir um governo para todos, mas com atenção especial para os que mais precisam”, disse Lula, em oposição ao diabólico mercado e sua sócia: a velha mídia corporativa.

“Não podemos aceitar que crianças acordem sem ter o que comer no café da manhã. Esse país que nós vamos mudar”, completou o presidente eleito.

Político, evidentemente, Lula não citou nominalmente Ratinho ou outro bem nutrido.

A marcação de Lula é importante porque o mercado está com vários porta-vozes, além de jornalistas bem pagos, nos jornalões e nas grandes emissoras de televisão, o governador Ratinho Junior, que se sentiu no direito de atacar a transição porque o novo governo não aceita um neoliberal indicado pelo Brasil no BID.

Também fazem coro com o mercado e a velha mídia até alguns membros da transição, originários da frente ampla, que atuam a favor de especuladores e, portanto, contra os interesses da maiora dos brasileiros que votou e elegeu Lula.

O recado de Lula para Ratinho Junior et caterva foi claro, nítido, mais assertivo do que nunca. Mostrou de que lado ele está. Ou ainda precisa desenhar?

A desnutrição no Brasil

Segundo dados do Sisab (Sistema de Informação da Saúde da Atenção Básica), do Ministério da Saúde, somente no ano de 2022, um milhão de menores tiveram socorro médico por desnutrição no País.

As unidades reportaram 136 mil casos de pacientes de até 17 anos com desnutrição em agosto deste ano. A título de comparação, em 2015 esse número foi de 27 mil – aponta o Sisab, que, ressalta, não compilou atendimentos eletivos com especialistas, rede privada e de emergência.

Ou seja, os casos de desnutrição podem ser maiores do que notificados.

E os governadores e bem nutridos dirigentes políticos fazendo lobby para banqueiros, mercado e especuladores? Que isso, gente?