O Choque da realidade: Perfil Choquei desnuda a indústria das fake news após morte de jovem

A tragédia recente envolveu o perfil “@choquei” e a disseminação de notícias falsas escancara uma ferida profunda nas redes sociais: a força implacável das notícias falsas e suas consequências devastadoras.

Tudo começou com uma mentira: a invenção de um romance entre o humorista Whindersson Nunes e uma jovem de 22 anos.

Rapidamente, essa “fake news” se propagou como um vírus, alimentada pelo perfil “@choquei”, conhecido por seu histórico de divulgação de informações infundadas.

O que se seguiu foi um bombardeio virtual impiedoso contra uma jovem, culminando em sua trágica decisão de tirar a própria vida.

No entanto, não se trata de um caso isolado.

Milhares de pessoas sofrem diariamente ataques virtuais baseados em mentiras e notícias falsas, as diabólicas fake news.

Economia

As consequências são incalculáveis: danos emocionais profundos, danos destruídos, e, como vimos, até mesmo a perda de vidas inocentes.

As maldosas fake news exploram vulnerabilidades humanas básicas.

Elas se apresentam como verdades absolutas, apelando para emoções fortes como o medo, a raiva e a indignação.

Muitas vezes, utilizam linguagem sensacionalista, imagens impactantes e fontes duvidosas para mascarar sua falsidade.

O algoritmo das redes sociais, projetado para engajamento lucrativo, acaba se tornando um terreno útil para a disseminação dessas mentiras.

É aqui que devem as autoridades legislar adotando um novo marco civil dos algoritmos, bandeira já levantada pelo Blog do Esmael em outros carnavais, medida que tem tudo a ver com o controle da mercantilização da informação.

Portanto, o Blog do Esmael entra nesse estratégico debate com conhecimento de causa.

Quanto mais polêmica e emocional a notícia, maior sua viralização, independente de sua veracidade.

É nisso que se assenta o atual modelo de autorregulação defendido pelo governo na Lei das Fake News tramitando no Congresso, por exemplo, onde prevalece o business a qualquer custo.

No entanto, o poder público não pode agir com base no populismo penal e no fetiche punitivista.

Não pode o Estado, de afodadilho, criar um tribunal de exceção que pode acabar punindo o acesso da sociedade à informação quando a conduta, como essa do perfil @choquei, pede uma individualização desse reprovável comportamento.

Diz o ditado popular que ‘não se joga a criança com água suja da bacia‘, qual seja, não pode o governante e o legislador generalizar o caso específico do perfil @choquei como se fosse uma regra praticada por todos os brasileiros.

A seguir, leia a manifestação do ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania:

“Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem – e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais – de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política. A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável. Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento.”

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