Ministério Público processa Ratinho por fala misógina e ameaça contra deputada federal do PT e exige do apresentador R$ 2 milhões de indenização e campanhas de conscientização contra a violência de gênero
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública contra o apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho, e a Rádio Massa FM por danos morais coletivos causados às mulheres na política. Ratinho é acusado de propagar estereótipos de gênero e violência generalizada em relação à deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). A ação pede uma indenização de R$ 2 milhões e a veiculação de campanhas de conscientização e combate à violência de gênero na Rádio Massa FM.
O que você precisa saber sobre o processo contra Ratinho:
- MPF aciona Ratinho por danos morais coletivos às mulheres na política;
- Ação pede R$ 2 milhões de indenização e veiculação de campanhas de conscientização e combate à violência de gênero na Rádio Massa FM;
- Ratinho sugeriu a eliminação da deputada federal com o uso de uma “metralhadora” e utilizou estereótipos discriminatórios e linguagem sexista para criticar a atuação política de Bonavides;
- Prática se tornou coletiva, veiculou estereótipos de gênero, buscou atingir a deputada exatamente em sua condição de representante do povo e adotou um tom de propagação generalizada da violência;
- Critica a mulheres parlamentares somente com base nas ideias defendidas não se configura como violência de gênero, mas a linguagem sexista e a possibilidade de difusão da intimidação, alcançando todas as mulheres com pretensões políticas, evidencia o caráter político da violência.
O caso envolve uma fala misógina de Ratinho em um programa de rádio, em que ele sugeriu a eliminação da deputada federal com o uso de uma “metralhadora”. Além disso, o apresentador utilizou estereótipos discriminatórios e linguagem sexista para criticar a atuação política de Bonavides. Para o MPF, essa prática se tornou coletiva, pois veiculou estereótipos de gênero, buscou atingir a deputada exatamente em sua condição de representante do povo e adotou um tom de propagação generalizada da violência.
O procurador da República Emanuel de Melo Ferreira argumenta que a crítica a mulheres parlamentares somente com base nas ideias defendidas não se configura como violência de gênero, mas a linguagem sexista e a possibilidade de difusão da intimidação, alcançando todas as mulheres com pretensões políticas, evidencia o caráter político da violência.
O que falou Ratinho
O apresentador Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho, pai do governador paranaense, disse que a deputada do PT Natália Bonavides, do Rio Grande do Norte, tinha que ser “eliminada” com o uso de uma “metralhadora” devido a um suposto projeto de lei que retira as palavras “pai” e “mãe” das certidões de nascimento.
“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa a ‘carça’ do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos… Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, atacou o apresentador ao divulgar a foto da parlamentar petista.
Evidentemente que se tratava de uma fake news do apresentador Ratinho.
LEIA TAMBÉM
- Lula lamenta a falta de respeito das ‘autoridades anteriores’ com as mulheres; íntegra do discurso no Dia da Mulher
- Janja Lula da Silva: ‘Tenho sido principal alvo de mentiras, ataques à honra e ameaças nas redes’
- Em vídeo, Gleisi chuta “países baixos” de Bolsonaro no Dia da Mulher: “machista” e “misógino”; assista