Janja Lula da Silva: ‘Tenho sido principal alvo de mentiras, ataques à honra e ameaças nas redes’

Janja Lula da Silva: ‘Tenho sido principal alvo de mentiras, ataques à honra e ameaças nas redes’

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, e a presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, receberam nesta quarta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, o Diploma Bertha Lutz, no Senado Federal. A honraria é reconhecimento da Casa a pessoas com “contribuição relevante à defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil”.

O que você precisa saber sobre a cerimônia no Senado:

  • Sete personalidades receberam o Diploma Bertha Lutz, concedido pela bancada feminina do Senado;
  • A cerimônia ocorreu no Plenário do Senado em comemoração ao Dia Internacional da Mulher;
  • Entre as homenageadas, estavam a presidente do STF, Rosa Weber, a socióloga e primeira-dama Janja, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, a cientista política Ilona Szabó, a jornalista Nilza Zacarias, além da jornalista Glória Maria e da líder indígena Clara Camarão, que foram homenageadas in memoriam;
  • Também estiveram presentes na cerimônia as ministras do Planejamento, da Saúde e da Gestão de Governo;
  • O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou a importância da luta das mulheres por mais respeito e direitos na sociedade, além de citar o aumento das diversas formas de violência contra as mulheres nos últimos anos;
  • Pacheco também ressaltou o legado histórico de Bertha Lutz na luta pelos direitos das mulheres, que teve impacto no Brasil e no mundo;
  • A ministra Rosa Weber citou o machismo estrutural que marca séculos de formação da sociedade brasileira.

Os nomes das homenageadas são indicação da bancada feminina na Casa. Além delas receberam diploma a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, a cientista política Ilona Szabó, presidente do instituto Igarapé e a jornalista Nilza Zacarias, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Também receberam a premiação in memoriam a jornalista Glória Maria e a líder indígena Clara Camarão. Clara participou das batalhas contra as invasões holandesas no Nordeste brasileiro no século 17, em Natal (RN).

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“Cada uma das mulheres aqui sabe da dificuldade do dia a dia da política. Tenho sido o principal alvo de mentiras, ataque a honra e ameaça nas redes. Até mais do que o presidente da República. Sei que muitas de vocês passam pela mesma e terrível experiência de ver seu nome, seu corpo e sua vida exposta de uma forma mentirosa”, disse a primeira-dama, que é socióloga.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou Janja como uma mulher que “desde a adolescência tem uma história de militância política ligada a pautas progressistas e sociais”.

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“Estou nervosa, gente”, afirmou, antes de iniciar sua primeira participação em uma tribuna do Congresso. “Um século após Bertha Lutz ter organizado a luta por direito ao voto, seguimos tendo que repetir: precisamos estar representadas nos lugares de decisão”.

Janja lembrou que, embora a representação feminina tenha crescido desde 2018, as mulheres ocupam apenas 17,7% na Câmara e 16% no Senado. A proporção está “abaixo da média mundial de 26% dos parlamentos”.

 Ações contra violência

Zoóloga de profissão, Bertha Maria Júlia Lutz é citada em texto do Senado como “a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras”, tendo se empenhado pela aprovação da “legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas”.

Ao encerrar o discurso no Senado, Janja afirmou ter compromisso permanente com o aumento da representação das mulheres. “Também serei aliada incondicional de primeira hora nas ações contra violência de gênero na política. A violência contra a mulher, como disse o senador (Pacheco), é inadmissível, inacreditável, precisamos dar um basta. Nenhuma de nós com medo, todas nós na política”, concluiu.

O atual presidente do Senado tem muito respeitado das mulheres da Casa. Na gestão de Pacheco foi criada, em 2021, a bancada feminina e a respectiva liderança, que é rotativa e participa rotineiramente do Colégio de Líderes como qualquer outra liderança.

Segundo o senador, uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022. “A pesquisa apresenta um cenário trágico, em que uma média superior a 50 mil mulheres diariamente são vítimas de diversas violências”, disse.

Em sua fala, Rosa Weber também destacou avanços da representação feminina nas últimas décadas. Segundo ela, citando a historiadora Mary Del Priore, a questão feminina no Brasil “permaneceu excluída da própria História como disciplina até a década de 1970”.

A ministra observou que mesmo no Judiciário as mulheres são alvo de condutas e atos discriminatórios. “Nem sequer o Judiciário, em seus campos de atuação, está imune à cultura da subjugação e desqualificação do feminino que impregna a sociedade na qual se vê, nos dias atuais, recrudescer de forma alarmante a violência contra a mulher”, afirmou.

Com informações de Eduardo Maretti, da RBA 

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