A tática do ministro Sérgio Moro no caso dos supostos hackers presos é bastante sabida. O ex-juiz tenta apavorar as autoridades dizendo que elas também foram vítimas de invasão nos celulares e, com isso, isolar politicamente o site The Intercept Brasil.
Não é à toa que Moro mandou dizer às autoridades supostamente violadas em sua privacidade que as provas serão destruídas.
Dentre as autoridades que supostamente tiveram o celular invadido estão o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a líder do governo Joice Hasselmann (PSL), bem como os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
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O pânico espalhado por Moro também chegou aos tribunais superiores, isto é, STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal).
“As mensagens serão destruídas, não tem outra saída”, disse o ministro João Otávio Noronha, presidente do STJ, que supostamente teve o telefone grampeado pelos hackers. “Foi isso que me disse o ministro [Sérgio Moro] e é isso que tem de ocorrer.”
Pela lógica de Moro, quanto mais autoridades entrem em pânico com os supostos hackeamento “melhor” porque ampliaria o isolamento do Intercept.
O diabo é que se essas mensagens e arquivos “extras” realmente existirem, como afirma o ministro da Justiça, e eles foram repassados anonimamente ao Intercept, de nada adiantará a “destruição” deles. Também é bom lembrarmos que o jornalista Glenn Greenwald compartilhou o material com veículos de imprensa do Brasil e do mundo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.