Milei prepara decreto para usar forças armadas na repressão do “inimigo interno” na Argentina

O governo de Javier Milei, alinhado com políticas dos Estados Unidos, prepara-se para um passo significativo na direção da “modernização” das Forças Armadas na Argentina visando o combante do “inimigo interno”.

A revogação de um decreto de 2006, que restringia a ação militar a ameaças de Estados estrangeiros, marca uma mudança substancial na doutrina de segurança nacional.

Esta mudança doutrinária possibilita que as Forças Armadas atuem em novos cenários, como o combate ao narcotráfico e a grupos armados não estatais.

Este é um reflexo das ameaças multidimensionais da atualidade, que não se limitam a conflitos entre nações, mas envolvem uma variedade de atores não estatais.

A experiência internacional mostra resultados mistos quando militares são empregados em funções policiais.

Países como Colômbia, México e Equador enfrentaram desafios significativos, incluindo aumento da violência e corrupção.

Economia

O próprio Brasil já experimentou com resultados desastrosos o uso das forças armadas para o policiar o Rio de Janeiro, em 2018, quando houve intervenção federal na capital fluminense.

Essas experiências servem de alerta para os riscos inerentes a uma estratégia que mistura as funções de defesa e segurança interna.

No âmbito interno argentino, há resistência significativa à nova estratégia.

Muitos militares veem as tarefas de segurança interna como inferiores às suas funções tradicionais.

Além disso, a recente reformulação da liderança militar, com a substituição de 22 generais, levanta questões sobre a capacidade de resistência às mudanças impostas pelo governo Milei.

A estratégia também envolve a mobilização de forças do Exército para as fronteiras, liberando a Gendarmeria [é uma força militar que desempenha funções policiais junto da população civil] para focar em protestos urbanos e manifestações indígenas.

Esta realocação de recursos pode ter implicações significativas para a segurança urbana e a gestão de protestos.

O contexto político e social da Argentina é um fator crucial neste debate.

As crescentes tensões sociais, manifestadas em protestos e greves, representam um desafio para o governo Milei.

A utilização das forças militares em um contexto de segurança interna é uma decisão política que requer uma análise cuidadosa dos riscos e benefícios, pois buscar-se-á o combate do inimigo interno.

Do ponto de vista dos direitos humanos, a militarização da segurança interna é um tema sensível.

Existe o temor de que uma abordagem mais dura possa levar a abusos e violações dos direitos fundamentais, um cenário que já foi observado em outras nações que adotaram políticas semelhantes.

É inegável que a Argentina, como muitos outros países, enfrenta desafios de segurança complexos e multifacetados.

No entanto, a resposta a esses desafios deve ser equilibrada, levando em consideração tanto a eficácia na proteção da sociedade quanto o respeito aos direitos humanos e às tradições democráticas.

A modernização das Forças Armadas, alinhada com as necessidades do século XXI, é uma necessidade.

Porém, deve ser feita com prudência, aprendendo com as experiências internacionais e mantendo um diálogo constante com a sociedade.

Portanto, a nova estratégia de segurança do governo Milei é temerária porque essa discussão surge nas vésperas de uma greve geral prevista no dia 24 de janeiro e com a intensificação dos protestos contra sua política neoliberal, antipovo, que privilegia as castas endinheiradas argentinas.

Uma resposta para “Milei prepara decreto para usar forças armadas na repressão do “inimigo interno” na Argentina”

  1. Cada um com o seu LUNÁTICO. Aqui a gente se livrou do Bolsonaro, que estava querendo aplicar o GOLPE na nossa DEMOCRACIA, lá na Argentina, o seu comparsa de extrema direita e caudilho como ele, está querendo fazer o mesmo. Força povo argentino, se deixarem os caras entregam o governo para os militares, e volta para a DITADURA. Infelizmente vocês acreditaram no canto da sereia do Milei, como a gente em 2018, muitos acreditaram no do Bolsonaro e ainda alguns acreditam. A nossa sorte é que Bolsonaro é BUNDÃO. Mas vocês não terão o mesmo tempo que a gente teve para se livrar do maluco daqui.

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