O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao fechamento dos trabalhos do Congresso Nacional com o favoritismo consolidado para as eleições de 2026 e, mais do que isso, com aumento visível da expectativa de vitória entre parlamentares do Centrão, segundo apuração in loco do Blog do Esmael, em Brasília, ao longo desta semana.
Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até agora, em cenários de primeiro e segundo turnos. A vantagem numérica, porém, já não é o único fator em jogo. Nos bastidores, o presidente passou a ser tratado novamente como candidato competitivo e difícil de ser batido, percepção que reorganiza cálculos políticos no Congresso.
Essa percepção aumentou depois que a pesquisa Quaest, divulgada em primeira mão pelo Blog do Esmael, mostrou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ganhou tração como candidato da direita ao Palácio do Planalto. A mesma sondagem detectou o derretimento da pré-candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e recolocou na pista o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Entre deputados e senadores de partidos como PP, Republicanos, PSD, MDB e União Brasil, o discurso mudou. Se no início do ano predominava cautela, agora cresce a leitura de que o presidente Lula entra na disputa como favorito real, não apenas como líder circunstancial de pesquisas. A disposição dessas siglas de cogitar independência em 2026 reforça, nos bastidores, o favoritismo do petista.
Nos corredores do Congresso, líderes do Centrão avaliam que a economia menos instável, a recomposição do orçamento, a retomada do diálogo institucional e a fragmentação do campo adversário ampliaram o horizonte eleitoral do petista. Um deputado resumiu ao Blog do Esmael, sob reserva: “Hoje, Lula não é só líder, é aposta segura”.
Não é de somenos que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sempre tenha sustentado a leitura de que o presidente Lula seria “imbatível” e “invencível” nas urnas, além de ter alertado Tarcísio de Freitas de que sua vez seria em 2030, não na eleição de outubro próximo.
Também reforça essa análise a fala do próprio Lula, na última reunião ministerial de 2025, quando agradeceu a articulação no Congresso Nacional e afirmou que, mesmo diante de um Parlamento adverso, seu governo aprovou mais matérias do que a média histórica. O presidente voltou a defender a negociação como método, destacando a necessidade de “conversar e ceder quando tem que ceder” para entregar resultados ao povo.
Essa mudança de humor é decisiva. Expectativa de vitória, em política, antecede alianças. Quando ela cresce, o sistema começa a se mover. Prefeitos, governadores e bancadas passam a calcular o custo de ficar fora do campo vencedor.
Outro ponto observado é a ausência de um adversário nacional plenamente consolidado. Governadores testados como alternativa ainda não romperam seus tetos eleitorais, enquanto figuras da direita enfrentam rejeição elevada ou disputas internas. Esse vácuo reforça o favoritismo do presidente.
O Centrão, historicamente pragmático, não trabalha com torcida, mas com probabilidade. E a leitura predominante nesta reta final legislativa é que Lula chega a 2026 com musculatura política, base congressual funcional e vantagem competitiva.
Favoritismo, vale lembrar, não garante vitória. Mas organiza o tabuleiro. E, neste momento, o tabuleiro de Brasília começa a se alinhar novamente em torno do presidente.
O aumento da expectativa de vitória de Lula no Congresso sinaliza que o favoritismo deixou de ser apenas estatístico e passou a ser político. Em eleições, essa virada costuma acontecer antes do calendário oficial. Quem ignora esse movimento costuma chegar atrasado ao jogo.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.




