Governo Lula repatria brasileiros e palestinos da Faixa de Gaza para o Egito

Em um momento crucial de evacuação da Faixa de Gaza para o Egito, 32 brasileiros e palestinos, inscritos para repatriação pelo governo do Lula, finalmente conseguiram deixar o território sob ataque de Israel.

Este acontecimento, ocorrido no domingo (12/11), marca o desfecho de uma espera angustiante após o fechamento da fronteira na sexta-feira (10/11) e intensas negociações do Itamaraty.

“Os brasileiros já atravessaram a fronteira e se encontram no Egito, de onde virão, em segurança, para o Brasil, na Operação Voltando em Paz”, anunciou o presidente Lula.

A Operação Vontando em Paz já repatriou mais de 1,4 mil pessoas que estava na zona de guerra entre Israel em Gaza.

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Grupo retido e operação de resgate

O grupo ficou retido devido ao fechamento da fronteira por Israel, permanecendo na Faixa de Gaza no sábado (11/11).

Economia

Agora, uma equipe composta por médico, enfermeiro e psicólogo, enviada pelo Brasil em um avião VC-2, está atendendo os repatriados.

O VC-2, versão operada pela Força Aérea para a Presidência do Embraer-190, realizará o décimo voo de retorno ao Brasil.

Rota para o Brasil

Os brasileiros já estão no Egito e serão conduzidos para o Cairo em cinco vans, em um percurso que dura aproximadamente seis horas.

Após passarem a noite na capital egípcia, embarcarão para o Brasil nesta segunda-feira (13/11).

O itinerário inclui paradas em Roma, na Itália, em Las Palmas, na Espanha, e na base aérea do Recife, com previsão de chegada em Brasília às 23h30 (horário local) da segunda-feira.

Composição do grupo repatriado

O grupo de 32 repatriados é diversificado, composto por 22 brasileiros, 7 palestinos com RNM (Registro Nacional Migratório) e 3 palestinos que são familiares próximos.

Dentre eles, 17 são crianças, 9 são mulheres e 6 são homens.

Autorizações e coordenação internacional

A autorização para a saída, coordenada com Tel Aviv sob consulta dos EUA e do Qatar, mediadores do acordo de passagem de estrangeiros, foi concedida na sexta-feira.

Até o momento, cerca de 80 pessoas de diferentes nacionalidades cruzaram a fronteira, incluindo palestinos feridos que chegaram ao solo egípcio para receber tratamento médico.

Desafios e obstáculos

No entanto, a passagem para o Egito não foi isenta de desafios.

Incidentes envolvendo ambulâncias transportando feridos graves palestinos, cuja passagem para o Egito é prioritária, levaram ao fechamento temporário do posto de Rafah.

O Hamas, grupo palestino, que iniciou o conflito em outubro, administra a Faixa de Gaza desde 2007.

A relação entre Brasil e Israel

A demora na autorização gerou críticas sobre possíveis motivações políticas por parte de Israel.

A Embaixada de Israel em Brasília negou qualquer indisposição e a inclusão do grupo na lista de autorizações emitida pelo Egito ocorreu após uma conversa entre os chanceleres Eli Cohen e Mauro Vieira.

Perspectivas futuras

Com a chegada ao Brasil, os refugiados poderão ficar em abrigos reservados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, em São Paulo, para aqueles sem família no país.

Parentes que não foram elegíveis na primeira leva de repatriação podem ser considerados em uma possível segunda leva.

Vitória do governo Lula

O desenrolar desse episódio destaca não apenas a complexidade logística envolvida na repatriação em zonas de conflito, mas também a importância da cooperação internacional em situações de crise humanitária.

A espera e as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros e palestinos resgatados revelam a urgência de soluções efetivas para crises desse tipo.

Durante a semana, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou veememente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentar tirar casquinha da crise.

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“É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza 32 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito, e Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil”, escreveu a dirigente petista em suas redes socias.

Gleisi Hoffmann prosseguiu: “Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel.”

“O Brasil inteiro está acompanhando os esforços da nossa diplomacia, orientada pelo presidente Lula, para resgatar aquelas pessoas. Sem fazer política baixa com vidas humanas”, concluiu a presidenta do PT.

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