Gleisi não perdoa juros altos nem na Quaresma: “BC tem de mudar a política monetária pelo bem do Brasil”

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), após reunião com o presidente Lula, em plena Quaresma, disparou petardos contra os juros altos e o Banco Central.

A dirigente petista registrou que um boletim da FGV alerta para desaceleração da economia em vários setores e no mercado de trabalho. “Com os juros altos desse jeito é com esse cenário que vamos nos deparar, sem crédito, sem investimento”, criticou ela. “BC tem de mudar a política monetária pelo bem do Brasil” orientou.

Gleisi esteve na manhã desta quinta-feira (23/2) com o presidente Lula, o que indica que ela está alinhadíssima com o Palácio do Planalto. Ou seja, ela é o alter ego do mandatário na crítica aos juros altos e na crítica à última trincheira bolsonarista, que é o Banco Central.

Se por um lado Lula e Gleisi “mordem” o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por outro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assompra o umbico do bolsonarista. Eles viajaram para em Bangalore, na Índia, onde preparam o encontro oficial do G20, que acontece em setembro, com os chefes de estados desses países.

Gleisi sobre a tragédia no Litoral Norte de SP

Ainda sob o impacto da reunião com Lula, a presidente do PT comentou sobre a tragédia no Litoral Norte de SP: “Ganância é a pior faceta do capitalismo selvagem. Vítimas soterradas de um lado lucro sobre a dor alheia do outro”, disse ela, ao comentar uma charge de Laerte Coutinho.

Gleisi Hoffmann afirmou ainda que a tragédia no litoral de SP expõe apartheid social brasileiro. “No passado, ricos foram contra construção de casas populares para tirar o povo das áreas de risco e hoje chamam vítimas socorridas de desabrigados da favela. Reconstrução passa também pelo enfrentamento à luta de classe”, exortou a petista.

Economia

Ela também detonou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-o de “genocida”, por desmontar o Minha Casa Minha vida para famílias de baixa renda. Segundo a presidente do PT, o programa de habitação popular poderia atender agora parte das vítimas das chuvas no litoral de SP. “Antes que venham dizer que é mentira, extinção do programa está no relatório do então Ministério da Economia.”

De acordo com a Defesa Civil, as chuvas dos últimos dias vitimaram 50 pessoas. Foram encontrados os corpos de 49 vítimas em São Sebastião e uma em Ubatuba. Porém, esses números podem sofrer alterações porque 38 pessoas estão desaparecidas e há mais de 4 mil desalojados ou desabrigados.

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