Filiação de Marta pode definir disputa em SP e influenciar as eleições de todo o país

Na noite desta sexta-feira (2/2), a ex-prefeita Marta Suplicy realizará um retorno significativo ao Partido dos Trabalhadores (PT), sob a tutela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Este movimento estratégico visa fortalecer a pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, sinalizando uma formação de frente ampla na capital paulista para enfrentar o bolsonarismo. O ato de refiliação de Marta será marcado por uma grandiosa festa, prevista para receber entre 1,2 mil e 1,5 mil participantes, com a assinatura da ficha de filiação a cargo do próprio Lula, na Casa de Portugal, região central de São Paulo.

Esse evento que marca a volta de Marta ao PT pode definir a disputa em São Paulo, engavetar o bolsonarismo, e, consequentemente, influenciar nas eleições por prefeituras em todo o país. Trata-se, portanto, de um movimento político que pode dar um xeque-mate nos correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a enfrentar problemas policiais e criminais juntamente com seus filhos – o que restringe sua atuação como cabo eleitoral de aliados em outubro.

O evento também marcará o lançamento oficial da chapa Boulos-Marta, com o presidente Lula sendo o responsável pela proclamação. O Partido dos Trabalhadores planeja transformar essa celebração em um ato de prestígio para Marta, contando com a presença da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, do ex-prefeito e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Outras figuras notáveis, como os ministros Alexandre Padilha e Paulo Teixeira, além de vereadores, deputados estaduais e federais do PT, também estão confirmados. O evento será transmitido ao vivo pelo Blog do Esmael, a partir das 18h [assista abaixo].

Marta e Boulos anunciam chapa para a Prefeitura de SP.
Marta e Boulos anunciam chapa para a Prefeitura de SP.

No discurso dirigido à militância, Marta e Lula têm a intenção de defender a formação de uma frente ampla em São Paulo, replicando a estratégia bem-sucedida de 2022. A batalha na capital paulista é de extrema importância para o presidente Lula e para o PT, já que pela primeira vez o partido não lançará um candidato próprio na cidade. O principal adversário de Boulos será o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Após a formalização da refiliação e o lançamento oficial da chapa, Boulos e Marta têm planos de iniciar agendas conjuntas pela periferia da cidade, onde a ex-prefeita deixou sua marca durante sua gestão entre 2001 e 2004, notavelmente com a implementação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs). Estão agendados encontros com movimentos populares e uma visita ao distrito de Parelheiros, no extremo sul, região onde Marta obteve expressiva votação em eleições passadas.

A negociação para o retorno de Marta ao PT como vice de Boulos teve início em outubro, com o respaldo dos deputados petistas Rui Falcão e Antônio Donato. Marta, anteriormente integrante da gestão de Ricardo Nunes como secretária de Relações Internacionais, participava das reuniões da pré-campanha do prefeito. Em dezembro, após intensas discussões, Marta e Lula formalizaram o retorno no Palácio do Planalto. No dia seguinte, a ex-prefeita aceitou a chamada de Nunes para ser demitida, negociando uma saída do cargo em “comum acordo”. Este movimento político estratégico promete agitar o cenário político paulistano, consolidando a frente ampla como uma aposta significativa contra o bolsonarismo na maior cidade do país.

Economia

Lula, Tabata e Janja. Foto: Ricardo Stuckert
Lula, Tabata e Janja. Foto: Ricardo Stuckert

No entanto, o PT não para com a refiliação de Marta na noite de hoje. Pelo contrário. O presidente Lula trabalha nos bastidores para o PSB recuar a candidatura da deputada Tabata Amaral, que é noiva do prefeito de Recife, João Campos (PSB). Ela é cogitada para um ministério em troca do apoio do partido em SP e Curitiba, a segunda prioridade socialista com o deputado e ex-prefeito Luciano Ducci. Uma das pistas para essa movimentação seria a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, assumir a Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV), função que pode ser incompatível com as atividades de governo durante ano eleitoral. Ou seja, Tabata pode substituir a pernambucana Luciana na Esplanada dos Ministérios.

Filiação de Marta ao PT ao vivo

6 Respostas para “Filiação de Marta pode definir disputa em SP e influenciar as eleições de todo o país”

  1. O mundo político é mesmo uma caixinha de Pandora. O que é hoje, amanhã não pode mais ser. Como o Presidente já escolheu o seu candidato, boa sorte, mas, a jovem deputada é uma dos expoentes da política brasileira, e sinceramente me agrada a sua postura e convicções. Boa sorte a todos os candidatos anti Bozo. O Brasil precisa retornar a ter PAZ. Bozo na Papuda é uma boa.

  2. O tal do Munhoz ou é um robô, ou um abobalhado. Como tem gente neste Brasil que fugiu da escola que poderia o ajudar a ter percepção dos movimentos sociais e acredita em VAGABUNDOS e DESOCUPADOS como Bolsonaro. Vá se tratar, o seu caso é GRAVÍSSIMO de FALTA DE INTELIGÊNCIA E BOM SENSO.

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