Enquanto a maioria dos brasileiros condena ataques golpistas, a maioria também defende prisões – Pesquisa Datafolha

Uma pesquisa recente do instituto Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros condena os ataques golpistas que ocorreram no último domingo (8/1) contra os três Poderes em Brasília, liderados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. 93% dos entrevistados se disseram contrários aos atos violentos, enquanto apenas 3% se mostraram favoráveis. 2% se disseram indiferentes.

A pesquisa ouviu 1.214 pessoas com mais de 16 anos de idade, aptas a votar, em uma pesquisa telefônica realizada em todo o país. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.

O incidente teve ampla repercussão, com 96% dos entrevistados afirmando ter conhecimento do ocorrido. Entre os que estavam cientes do fato, 43% disseram estar bem informados, 41% estavam mais ou menos informados e 12% tinham pouca informação. O restante da amostra, 4%, não sabia do episódio.

A condenação dos ataques foi consistente em todos os estratos socioeconômicos avaliados pela pesquisa, com uma exceção notável: 10% dos eleitores de Bolsonaro aprovaram a violência e o vandalismo.

O ex-presidente se manifestou sobre o incidente a partir dos Estados Unidos, dizendo que a violência não estava dentro “da regra”, mas acusando a esquerda de ter feito o mesmo em ocasiões anteriores.

A motivação dos ataques golpistas foi impedir que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, governasse. O petista havia tomado posse uma semana antes, enquanto Bolsonaro se encontrava na Flórida e recusara-se a participar da passagem de poder.

Economia

A depredação das sedes dos três Poderes foi um dos incidentes mais graves ocorridos no Brasil desde a redemocratização do país, após o fim da ditadura militar em 1985. Milhares de apoiadores de Bolsonaro, muitos vindos de outros estados, se uniram a manifestantes acampados para marchar rumo à praça dos Três Poderes e depredar as instituições.

No entanto, nesta quarta (11/1), os bolsonaristas não conseguiram adesão para cumprir a promessa de nova onda terrorista em Brasília. As forças de segurança, articuladas pelo interventor federal Ricardo Cappelli, ficaram aguardando os vândalos que não apareceram na Esplanada dos Ministérios.

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