Em noite de facas longas, Ricardo Barros pode ter indicado filha para vice em Curitiba na cota bolsonarista

A passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por Curitiba, neste fim de semana, pode ter significado importante para as eleições municipais de 2024.

A presença da deputada estadual Maria Victória (PP) na mesa da cerimônia, que concedeu o título de cidadão honorário a Bolsonaro, na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná), na noite de sexta (15/12), cheirou a acordo político do pai da moça, o deputado Ricardo Barros (PP), que foi líder do governo do ex-presidente.

Considerada a “Sessão dos Horrores” e até mesmo a “noite de facas longas”, o encontro de extrema direita reuniu bolsonaristas e apoiadores do governador Ratinho Junior (PSD), chamados de ratistas, onde se desenhou as composições eleitorais para o ano que vem.

O ex-deputado federal Paulo Martins (PL), por exemplo, outrora citado como candidato a prefeito, ontem foi apresentado pelo bolsonarismo como “futuro senador” enquanto eles diziam que “Moro é página virada no Paraná”, ou seja, eles contam com a cassação do senador Sergio Moro (União) e a realização de eleição suplementar para o Senado.

Ratinho Junior, que citou Martins em seu discurso com o “meu amigo pessoal”, tem como candidato a prefeito à sucessão de Rafael Greca (PSD), em Curitiba, o atual vice e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel (PSD), também conhecido como “Eduardinho”.

A soma do bolsonarismo com o ratismo, na capital paranaense, poderia resultar em uma chapa com Eduardinho disputando o cargo de prefeito e Maria Victória, a filha do “Leitão Vesgo”, como vice-prefeita.

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O que intrigou nessa noite das facas longas foi a ausência do prefeito Rafael Greca, que, apesar do tamanho XXX, não foi avistado em nenhuma foto, o que poderá ser impecilho para o “grande acordo” desenhado pela extrema direita.

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Na noite dos horrores e das facas longas, Bolsonaro exibe fuzil soviético AK-47. Foto: Orlando Kissner

No entanto, esse combinado entre Ratinho e Bolsonaro, a princípio, deixaria os lavajatistas chupando os dedos em Curitiba e no Paraná.

Por lavajatismo entende-se os discípulos políticos do senador Sergio Moro e do ex-deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo), que estão mais em baixa do que bunda de cobra nas terras das araucárias.

O lavajatismo vive um dilema moral na capital de todos os paranaenses: ou se reinventa com uma candidatura própria, a exemplo da de Fernanda Dallagnol (Novo), esposa do ex-procurador da Lava Jato, ou se recolhe à insignificância de uma cadeira na Câmara de Vereadores de Curitiba – aderindo ao bolsonarismo e ao ratismo.

Nesse cenário apresentado, a disputa pela Prefeitura de Curitiba, em 2024, ao menos três candidaturas potenciais apresentar-se-ão: deputado Ney Leprevost (União), deputado e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) e Eduardinho-Vic, da ala bolsoratista.

Nunca é demais recordar que Leprevost tem forte “approach” com o lavajatismo, enquanto Ducci é da base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.

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