Efeito Bolsonaro: inflação volta a subir no Brasil

A inflação voltou a subir no Brasil após três deflações seguidas, o que indica falta de projeto econômico sustentável.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta-feira (10/11), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,59% em outubro.

Segundo o IBGE, responsável pela pesquisa, a alta veio após três deflações seguidas – quedas de 0,68%, 0,36% e 0,29%, respectivamente, em julho, agosto e setembro.

A volta da inflação é em decorrência do Efeito Bolsonaro, que castiga os brasileiros antes mesmo da pandemia, se aprofundou durante esse período especial, e agora degringolou após as eleições.

Bomba de efeito retardado

Bolsonaro armou uma bomba de efeito retardado para explodir depois das eleições. O deadline, ou seja, o prazo para buuum será dia 31 de dezembro, quando caducam as isenções de ICMS para combustíveis e energia.

Ainda de acordo com o IBGE, com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,7%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%.

Economia

A maior influência no índice geral veio do grupo Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral.

Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.). Já o grupo Vestuário teve a alta mais intensa, de 1,22%.

Confira os grupos que puxaram a inflação:

  • Alimentação e bebidas: 0,72% / 0,16 p.p
  • Habitação: 0,34% / 0,05 p.p
  • Artigos de residência: 0,39% / 0,01 p.p
  • Vestuário: 1,22% / 0,06 p.p
  • Transportes: 0,58% / 0,12 p.p
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,16% / 0,15 p.p
  • Despesas pessoais: 0,57% / 0,06 p.p
  • Educação: 0,18% / 0,01 p.p
  • Comunicação: -0,48% / -0,03 p.p

Os vilões individuais

Os maiores impactos individuais no índice geral foram passagem aérea, que colaborou com 0,16 p.p., higiene pessoal (0,09 p.p.) e plano de saúde (0,05 p.p.).

Veja o impacto da inflação nas capitais

  • Recife: 0,95% / 3,92 p.p
  • Brasília: 0,87% / 4,06 p.p
  • Porto Alegre: 0,76% / 8,61 p.p
  • São Luís: 0,71% / 1,62 p.p
  • São Paulo: 0,66% / 32,28 p.p
  • Fortaleza: 0,61% / 3,23 p.p
  • Salvador: 0,61% / 5,99 p.p
  • Vitória: 0,60% / 1,86 p.p
  • Aracaju: 0,58% / 1,03 p.p
  • Belo Horizonte: 0,54% / 9,69p.p
  • Goiânia: 0,53% / 4,17 p.p
  • Belém: 0,51% / 3,94 p.p
  • Campo Grande: 0,47% / 1,57 p.p
  • Rio Branco: 0,44% / 0,51 p.p
  • Rio de Janeiro: 0,41% / 9,43 p.p
  • Curitiba: 0,20% / 8,09 p.p

Transição governo Lula

Não há um pronunciamento oficial da transição do governo Lula, no entanto, o presidente eleito disse ontem (09/11), durante coletiva à impresa, que sua prioridade será trabalhar para reativar obras para gerarmos empregos e desenvolvimento.

Lula ainda disse que a tarefa principal de seu governo será o combate à fome e a dívida social com o povo brasileiro.

Na prática, o presidente eleito pretende recuperar a política de aumento real no salário mínimo a partir de janeiro de 2023; isentar de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil por mês; e garantir o Bolsa Família de R$ 600, acrescido de R$ 150 para cada criança com até seis anos na família.

A ideia do governo Lula, que se avizinha, é reativar a economia por meio do consumo e da produção de bens e serviços.

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