Em março passado, o ex-diretor financeiro bolsonarista da Itaipu Binacional, André Pepitone, foi exonerado a pedido do atual diretor-geral Enio Verri e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, recentemente causou estranheza a possibilidade de Pepitone, um aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), retornar ao cargo.
O bolsonarista Pepitone ainda conta com a simpatia do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que também torceu pela vitória de Bolsonaro nas eleições de 2022. Porém, mesmo derrotado, o mandatário estadual, ainda planeja manter sua influência indicando o próximo diretor financeiro de Itaipu em consórcio com o derrotado ex-presidente.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), considera uma “dureza” essa possibilidade de os bolsonaristas continuarem mandando na energética da tríplice fronteira. Ela tem ojeriza só em pensar nessa possibilidade.
Segundo o presidente estadual do PT no Paraná, deputado Arilson Chiorato, não é possível que o presidente Lula demita e o ex-presidente [derrotado] Bolsonaro dê ordem contrária para a volta de um quadro político da extrema direita na Itaipu.
O nome do ex-deputado Pedro Guerra retornou à mesa do presidente Lula e ganhou o reforço do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que, segundo boa fonte em Brasília, anunciará em breve a filiação do novo diretor financeiro de Itaipu no PSB. Além do filho do ex-ministro da Saúde, Alceni Guerra, Alckmin ainda vai trazer para as fileiras socialistas a base sindical que hoje está abrigada no UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Lula, portanto, na volta da China, terá de fazer valer sua decisão anterior e garantir a nomeação de Pedro Guerra no Diário Oficial da União (DOU), o diário da verdade, e pôr fim às desiformações bolsonaristas sobre a Itaipu.
Até porque na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), esta semana, se falou que Jair Bolsonaro em breve receberá o título de cidadão honorário e essa honaria seria comemorada com a suposta nomeação de André Pepitone na diretoria financeira de Itaipu. Além disso, zombaram parlamentares bolsonaristas, o ex-presidente também aplaudiria na oportunidade a celebração do novo contrato do pedágio [elaborado por ele] e a privatização da Copel [também facilitada por seu governo].
Espera-se que essa gangorra – Lula demite, Bolsonaro admite – seja apenas mais uma galhofa bolsonarista.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.