A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro será instalada no próximo dia 25 de maio, quinta-feira. O objetivo é apurar os ataques sofridos pelo Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília. Essa é uma iniciativa fundamental para a democracia brasileira.
A duração inicial dos trabalhos será de seis meses, e a comissão será composta por 32 titulares, divididos igualmente entre deputados e senadores. A maioria dos partidos já indicou seus membros, porém, caso haja vagas em aberto durante a instalação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), será responsável por anunciá-los. É importante ressaltar que, uma vez instalada, a comissão definirá seu presidente e relator.
Diversos parlamentares foram indicados por diferentes blocos partidários para compor a CPMI. O bloco parlamentar da Resistência Democrática (PSB, PT, PSD e Rede) indicou os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSB-BA) e Eliziane Gama (PSD-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE) e Ana Paula Lobato (PSB-MA). O bloco Vanguarda (P, Novo) indicou os senadores Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE). Já o bloco Aliança (PP e Republicanos) escolheu os senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Damares Alves (Republicanos-DF).
Outros partidos também indicaram seus representantes para a CPMI, como o bloco União, PP, Federação PSDB Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota. O bloco MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, assim como o PL, o bloco PCdoB, PT e PV e o PSOL também fizeram suas indicações. Porém, o bloco parlamentar Democracia ainda não fez suas indicações para as seis vagas disponíveis.
No entanto, uma ausência notável é a do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), excluído da CPMI do 8 de janeiro pela bancada do PT. Essa exclusão é um equívoco, segundo agremiações de esquerda, pois a presença de Lindbergh seria crucial no combate às forças antidemocráticas e na defesa dos princípios progressistas. Sua atuação combativa durante a luta contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e na defesa incansável do presidente Lula demonstrou sua lealdade às ideias de esquerda – argumentam.
Em um abaixo-assinado que circula nas redes sociais, personalidades do mundo político, dos movimentos sociais e sindicais afirma que que excluí-lo por sua discordância com o novo arcabouço fiscal é um erro, pois, ainda de acordo com os subscritores, não é o momento de abrir mão de um político combativo e preparado como Lindbergh. A luta contra a direita e o bolsonarismo exige a união do campo progressista, e a participação dele na CPMI é essencial – apelam os apoiadores do deputado fluminense.
É necessário corrigir essa exclusão e reconhecer a importância de Lindbergh Farias na linha de frente da CPMI do 8 de janeiro. Sua presença fortalecerá o combate ao autoritarismo e contribuirá para a defesa da democracia brasileira, insistem os que desejam Lindberg na CPIM dos atos antidemocráticos.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.