Juiz da Lava Jato absolve réu acusado de operar propinas que teve sigilos bancários violados pelo MPF

O juiz federal Eduardo Appio, responsável pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, absolveu um réu acusado de operar propinas na Operação Lava Jato. O caso ganhou destaque devido ao acesso indevido a dados bancários do acusado, Raul Schmidt Júnior, pelo Ministério Público Federal (MPF). Essa foi a primeira sentença proferida pelo magistrado desde que assumiu a jurisdição em fevereiro deste ano.

O réu era denunciado pelo MPF por intermediar o recebimento de propinas de ex-diretores e um ex-gerente da Petrobras em um contrato envolvendo o afretamento do navio-sonda Titanium Explorer, no valor de 1,8 bilhão de dólares. No entanto, o juiz Appio considerou que a força-tarefa da Lava Jato teve acesso aos dados bancários de Schmidt de forma ilegal, sem cumprir os procedimentos legais para a quebra de sigilo.

De acordo com a decisão de Appio, o MPF obteve informações bancárias de Schmidt, fornecidas espontaneamente por autoridades de Mônaco, sem que houvesse um pedido específico relacionado a ele. Essas informações foram descobertas durante a quebra de sigilo bancário de outros envolvidos, por meio de cooperação internacional.

Economia

Appio ressaltou que a quebra de sigilo bancário de Schmidt, determinada pelo ex-juiz Sergio Moro, ocorreu após os procuradores já terem tido acesso ao conteúdo. Portanto, o juiz considerou que a ação penal contra Schmidt, que envolvia corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foi baseada em provas obtidas ilegalmente e não deveria ter sido aberta.

Em sua sentença, o juiz Appio fez críticas à atuação de Moro e da força-tarefa da Lava Jato, alertando para os perigos de uma falta de controle sobre os atos judiciais, que poderiam levar a uma ruptura com o Estado Democrático de Direito. Ele destacou que isso poderia resultar em um “populismo judicial” que perseguiria determinados segmentos da sociedade, ignorando os processos eleitorais regulares.

Natal Foz

Antes da decisão de absolvição, a defesa de Raul Schmidt buscava a anulação das provas obtidas pelo MPF junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O desembargador federal Loraci Flores de Lima, relator da Lava Jato no TRF4, se declarou impedido de atuar no caso, concordando com a argumentação da defesa de que seu irmão, o delegado da PF Luciano Flores de Lima, teve participação ativa nas investigações contra o réu.

Essa decisão do juiz Appio traz à tona questões importantes sobre a legalidade das provas obtidas na Operação Lava Jato e levanta debates acerca do sistema de justiça brasileiro. Para saber mais detalhes sobre esse caso exclusivo, continue seguindo o Blog do Esmael.

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One Reply to “Juiz da Lava Jato absolve réu acusado de operar propinas que teve sigilos bancários violados pelo MPF”

  1. Se Moro e Deltan, não honraram a toga que eles vestiam, o JUIZ APPIO o faz. Agora resta aos dois se explicarem para a JUSTIÇA sobre os seus atos reprováveis. De “paladinos da justiça” Batman e Robin, para Corringa, Pinguim e etc……

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