Cerca de 10 mil professores e funcionários públicos foram às ruas de Curitiba para mostrar à sociedade paranaense, nesta terça (21/06), como eles veem [confira a foto] o governador cessante Ratinho Junior (PSD).
O movimento organizado pela APP-Sindicato, que representa cerca de 100 mil trabalhadores na educação, marchou do Centro ao Centro Cívico, onde fica o Palácio Iguaçu, sede do executivo estadual do Paraná.
Portando cartazes e faixas, educadores e servidores públicos do estado denunciaram a defasagem dos salários enquanto Ratinho Junior distribui bilionários dividendos da Copel e da Sanepar, impondo pesadas tarifas, e renuncia R$ 17 bilhões de multinacionais estrangeiras.
As perdas salariais dos funcionários da educação já somam mais de 36%, em quase uma década de arrocho.
Em virtude do calendário eleitoral, o governo do estado tem até 1º de julho para atender as reivindicações da categoria sobre a recomposição das perdas inflacionárias.
O ex-senador Roberto Requião, pré-candidato do PT ao governo do Paraná, se solidarizou com os funcionários públicos paranaenses.
– Funcionários Públicos rua reclamando congelamento de salários que dura oito anos – escreveu no Twitter, destacando que “o governador rato [Ratinho Junior] autoriza aumento da tarifa de energia elétrica no meio de uma crise de desemprego e alta do custo de vida”.
O deputado Requião Filho (PT), que particou da manifetação de hoje, disse que Ratinho Junior não tem cuidado com a educação e os educadores.
– Estão destruindo uma série de conquistas que os professores alcançaram ao longo de suas carreiras e, aos novos que estão entrando, impondo regras que em nada respeitam a profissão que eles escolheram. As provas dos processos seletivos simplificados, os PSSs, por exemplo, estão promovendo um grande descontentamento, em decorrência das novas exigências e atribuições que estão colocando sobre os ombros dos nossos educadores – criticou o parlamentar.
Professor Lemos (PT), uma das principais vozes dos professores Assembleia Legislativa do Paraná, explicou que se trata de uma luta pela reposição de 36,56%, que o governo deve ao funcionalismo. “Luta em defesa da valorização dos servidores e servidoras, da ativa e aposentados. Luta pela defesa de uma educação pública de qualidade”, resumiu.
O deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição na ALEP, destacou que educação não é gasto. “É investimento”, disse.
– A educação está nas ruas para lutar por salário digno, pela carreira dos educadores, pelo direito a uma escola pública de qualidade! Ao longo de todo governo, Ratinho Jr. não foi capaz de atender a categoria, chegou a hora de cobrar essa dívida – exortou o dirigente petista.
Veterano na luta pelos serviços públicos, o deputado Tadeu Veneri (PT) que o objeto do protesto é descongelar progressões e promoções e recompor os salários daqueles que fazem funcionar o Estado. “O governo precisa reabrir o diálogo porque sem servidor não existe Estado!”
Para o deputado Goura (PDT), o calote na data-base não é por falta de orçamento. “É falta de vontade política do governador do estado”, frisou ele.
O governador Ratinho Junior ofereceu reajuste de apenas 3% para o fucionalismo, que, por óbvio, se revoltou com a proposta considerada “indecente” por eles.
Além da Data-Base, que beneficia a todos, a pauta de lutas inclui o fim do assédio interminável sobre os PSS, forçados a passar por processos seletivos periódicos cada vez mais abusivos; a realização de concursos públicos; a isenção do desconto previdenciário abaixo do teto do INSS para aposentados; e o destravamento das carreiras.
A presidente da APP, Walkiria Mazeto, disse que a entidade continua negociando com o governo. Segundo ela, as próximas horas serão bastante críticas para o avanço ou não dos entendimentos.
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Assista ao vídeo da manifestação:
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.