O desembargador Fernando Quadros assumiu a presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em uma cerimônia de posse marcada por acenos à classe política e indiretas direcionadas a Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, registrou o jornal carioca O Globo e confirmou o Blog do Esmael.
O TRF4 é responsável por julgar os recursos da Lava Jato em segunda instância e por referendar ou não as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada anteriormente por Moro. Por isso os presentes se entreolhavam e questionaram na sexta-feira (23/6) se teria chegado ao fim o lavajatismo no TRF4.
Em seu discurso, Quadros enfatizou a imparcialidade como uma característica inerente aos magistrados e destacou a importância de respeitar a classe política, depositária do voto popular, e de permitir que ela faça as escolhas fundamentais. Suas palavras foram interpretadas como uma crítica velada a Moro, que ganhou notoriedade por seu papel na operação Lava Jato, mas também enfrentou críticas de diversos setores pela suposta politização de suas ações.
O desembargador também mencionou nominalmente os advogados de defesa de Lula, Manoel Caetano e Luiz Carlos Rocha, chamando-os de “amigos de mais de 40 anos”. Essa menção causou especulações sobre a postura que Quadros adotará em relação aos casos envolvendo a finada força-tarefa de Curitiba, que foram alvo de grande controvérsia e polarização no Brasil.
Quadros é conhecido por suas posições garantistas na área penal e por ser mais alinhado à esquerda nos direitos sociais. Além disso, possui um bom relacionamento tanto no meio político quanto no judiciário. Diversas autoridades estiveram presentes em sua cerimônia de posse, incluindo o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).
Sua chegada à presidência do TRF4 é vista como uma mudança completa na orientação lavajatista que predominou no tribunal durante a atuação de Moro em Curitiba, quando suas decisões eram quase sempre referendadas em segunda instância. Essa mudança de direcionamento traz expectativas sobre possíveis impactos nos casos relacionados à Lava Jato que estão em andamento.
Resta agora aguardar para ver como essas mudanças se refletirão nas decisões do tribunal e nas investigações em curso, inclusive em relação ao afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba.
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Aos poucos a legalidade está voltando ao TRF4, 13º Vara Federal e mostrando que Moro e Deltan, foram mais políticos e tinham seus interesses particulares acima da legalidade de suas ações. Espero que agora e vislumbre a verdade dos fatos.