A volta do pedágio no Paraná e o impacto na popularidade de Ratinho Junior

O Palácio Iguaçu, sede do Governo do Paraná, está ciente do potencial explosivo que a volta do pedágio pode ter na popularidade do governador Ratinho Junior (PSD).

Os assessores do governador temem que a alta popularidade de Ratinho Junior sofra um revés com a volta do pedágio, como afirmou o veterano jornalista Valdir Cruz.

O pedágio e o calor extremo têm potencial para derreter a aprovação do governador.

No sábado (23/3), as concessionárias de pedágio voltaram a cobrar tarifas nas rodovias paranaenses após uma trégua de dois anos e meio para os usuários.

Preços do pedágio no Paraná

Lote 1:

Economia

  • São Luiz do Purunã – R$ 8,70
  • Lapa – R$ 11,50
  • Porto Amazonas – R$ 10,90
  • Imbituva – R$ 10,00
  • Irati – R$ 10,20

Lote 2:

  • São José dos Pinhais – R$ 22,60
  • Jacarezinho – R$ 12,00 (três praças)
  • Carambeí – R$ 11,40
  • Jaguariaíva – R$ 7,60

No dia 16 de abril, a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná realizará uma audiência pública para exigir das concessionárias a isenção do pagamento da taxa de pedágio para todos os veículos pertencentes aos moradores do município onde estejam as praças de pedágio, cujos veículos estejam ali emplacados.

A audiência pública “Direito à Mobilidade: Pedágio no Município da Lapa”, por proposição dos deputados Chiorato e Goura Nataraj (PDT), será às 9 horas, e servirá como paradigma para as demais praças.

Moradores de localidades específicas no Paraná podem se beneficiar da isenção de pedágio, de acordo com um projeto de lei de autoria do deputado Arilson Chiorato (PT), que estabelece que moradores de municípios onde há praças de pedágio terão isenção nas tarifas.

Segundo informações que chegaram ao Blog do Esmael, moradores no entorno de praças de pedágio não terão isenção de tarifa. As concessionárias afirmam que a isenção é apenas para veículos oficiais, de emergência e motocicletas.

De acordo com o deputado Arilson Chiorato, a isenção de tarifa busca garantir o direito de locomoção dos moradores, principalmente aqueles que precisam atravessar as praças de pedágio com frequência.

A isenção será aplicada mediante cadastramento junto à concessionária responsável pela administração da rodovia e à Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística.

A audiência pública na ALEP, em 16 de abril, tem como objetivo atender à expectativa de isenção para reduzir os custos de deslocamento dos moradores das regiões afetadas pelo pedágio no estado, proporcionando maior acessibilidade e qualidade de vida.

Garantir essa medida vai atender a uma demanda antiga da população paranaense, que enfrenta altos custos de transporte devido às tarifas de pedágio. A isenção da tarifa poderá representar um passo importante na busca por soluções que garantam mais equidade e justiça social no acesso às vias públicas no estado.

A cobrança de pedágios no Paraná voltará no dia 23 de março de 2024. Os valores sofreram um reajuste de 15,75%, correspondente à variação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) entre outubro de 2021 e março de 2024.

A volta do pedágio é um tema delicado para o governo Ratinho Junior. A medida é impopular e pode ter um impacto negativo na sua popularidade.

O governo argumenta que o pedágio é necessário para investir em infraestrutura e segurança nas rodovias. No entanto, a população está cansada de pagar tarifas altas e não ver melhorias significativas nas estradas.

Deputados avaliam que caso Ademar Traiano encobre volta do pedágio no Paraná no sábado. Foto: Orlando Kissner/ALEP
Deputados da situação e da oposição avaliam que caso Ademar Traiano encobre volta do pedágio no Paraná no sábado. Foto: Orlando Kissner/ALEP

Há um consenso no mundo político de que a velha mídia paranaense busca criar uma cortina de fumaça para ocultar a volta do pedágio no estado. Esse carma terá uma duração de ao menos 30 anos, o que poderá danificar a competitividade dos produtos paranaenses – a despeito do falso discurso do “ganho secundário” com a suposta melhoria da malha rodoviária.

Rodovias estaduais e federais no Nordeste brasileiro, por exemplo, a maioria duplicada, são como um tapete e não são pedagiadas. Portanto, a qualidade de estradas nada tem a ver com a cobrança de tarifas de pedágio.

O caso precluso do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), típico fogo amigo, é visto como uma cortina de fumaça para encobrir a desgraça do pedágio na economia do estado e impedir que a “bola de neve” da popularidade de Ratinho Junior derreta nesta onda de calor.

Salta aos olhos a disparidade da atenção dada a um caso precluso – que não há como prosperar em termos jurídicos – e um dano bilionário que poderá ocorrer contra a economia popular, que é objeto de censura nos jornalões.

Estima-se em 50,82% a taxa de retorno para as concessionárias de pedágio no Paraná, caso os contratos sejam rigorosamente cumpridos.

As pedageiras esperam movimentar nas próximas três décadas cerca de R$ 50 bilhões na operação, somados investimentos e serviços.

Nos contratos anteriores, que vigiram por 25 anos, até o ano de 2021, concessionárias burlaram contratos e deixaram de investir até R$ 10 bilhões em obras para maximizar seus lucros e dividendos. Os usuários pagaram, mas não receberam as previstas melhorias nas rodovias, segundo o Ministério Público Federal.

LEIA TAMBÉM

2 Respostas para “A volta do pedágio no Paraná e o impacto na popularidade de Ratinho Junior”

  1. Como cidadão paranaense, estou me sentindo lesado pelo que está sendo cobrado os pedágios. Ouvia direto, todos os dias, que o pedágio seria o mais BARATO DO BRASIL. Mas, o que será barato para o Ratinho Jr????? Este aí queimou o filme perante os paranaenses. Nem sucessor vai fazer. Vá para casa cuidar da vida familiar, porque é o maior enrolador que já vi na política paranaense.

  2. Faltam duas horas para reiniciar o pedágio, Percorrendo hoje o trecho Castro – Ponta Grossa (PR 151) ida e volta, tive vontade de chorar. De raiva!. Buracos até próximo do pedágio, mato para cortar, valetas entupidas e assim por diante. Esta estrada, supostamente, estava sendo cuidada (sic) pelo DER enquanto não havia pedágio. Ratinho deixou de cuidar desta estrada e agora volta com o pedágio: não cuidou e agora cobra absurdos. Parabéns!

Deixe um comentário