A popularidade Javier Milei está derretendo na Argentina, enquanto o kirchnerismo prospera

As últimas pesquisas de opinião deixaram o presidente da Argentina, Javier Milei, com um gostinho amargo, mostrando que, embora os números absolutos ainda o favoreçam, a comparação com dezembro acendeu a luz de alerta. O termômetro político do ajuste econômico parece estar deixando marcas nas 24 províncias do país.

A pesquisa, conduzida pela CB Consultora Opinión Pública, conhecida por suas sondagens federais na Argentina, revelou uma queda na imagem do presidente em todas as regiões, sem distinção geográfica. A análise dos números, no entanto, revela nuances interessantes que mereceram destaque do jornal Clarín.

Ao observarmos as três províncias onde Milei enfrenta maior resistência, percebemos uma constante: onde o presidente sofre, o kirchnerismo [equivalente ao lulismo no Brasil] geralmente prospera. Formosa, Santiago del Estero e Río Negro lideram o ranking de desaprovação, com percentuais que refletem uma tendência negativa.

Em Buenos Aires, a capital, Milei ainda mantém uma vantagem, mas a diferença diminuiu desde dezembro. Ainda assim, seu apoio na província mais populosa do país permanece considerável. O fenômeno se repete em Chaco, Tierra del Fuego, Entre Ríos e Santa Fe, onde a positividade em relação ao presidente experimentou quedas pontuais.

Contudo, as províncias historicamente avessas ao kirchnerismo, agora aliadas de Milei, apresentam uma face mais sorridente para o presidente. Córdoba, bastião do antikirchnerismo, viu uma queda significativa, mas sua imagem positiva permanece elevada. Mendoza lidera o apoio a Milei, seguida por San Luis, Salta, Neuquén, La Rioja, Misiones e Jujuy.

Nas províncias que figuram no meio do ranking, Milei ainda mantém uma imagem positiva, mesmo com a queda generalizada. Destaca-se a Cidade de Buenos Aires, onde o libertário fez sua estreia eleitoral, e Santa Cruz, reduto do kirchnerismo. Em meio a essa categoria, a capital argentina viu um recuo, enquanto Santa Cruz também experimentou uma diminuição na aprovação.

Economia

A onda média inclui ainda Catamarca, La Pampa, Tucumán, Corrientes, San Juan e Chubut, onde Milei mantém índices razoáveis de apoio, mesmo diante da maré de descontentamento.

O panorama político de Milei enfrenta desafios, especialmente em territórios historicamente ligados ao kirchnerismo. No entanto, as trincheiras anti-K mostram-se como um campo fértil para manter sua base de apoio.

Para distrair os argentinos da crise econômica, Milei vai decretar Hamas como grupo terrorista

Hamas surgiu em Gaza em 1987, após início da primeira Intifada. Foto: reprodução/Hamas
Hamas surgiu em Gaza em 1987, após início da primeira Intifada. Foto: reprodução/Hamas

Em meio aos desafios econômicos que assolam a Argentina, o presidente Javier Milei surpreende ao anunciar uma medida controversa: o reconhecimento do Hamas como organização terrorista. Enquanto a população enfrenta os estragos da inflação, altos preços dos alimentos e ataques aos direitos trabalhistas, Milei direciona o foco para o cenário internacional, em especial para os EUA e Israel.

Em uma estratégia que beira a ironia, Milei, conhecido por seu estilo audacioso, busca desviar a atenção dos argentinos da crise econômica que os leva à fome. Ao proclamar o Hamas como ameaça, o presidente não apenas reforça sua posição alinhada aos interesses americanos e israelenses, mas também lança mão de uma tática para desviar a atenção dos problemas internos.

No entanto, a medida não está isenta de controvérsias. Críticos apontam que a ação é mais uma tentativa de propaganda política do que uma resposta efetiva aos desafios enfrentados pela população. Enquanto isso, o governo Milei trava uma batalha no campo legislativo pela aprovação da “Lei Omnibus”, que, após uma série de modificações, busca redefinir o cenário jurídico argentino.

Em uma análise aprofundada, é evidente que Milei não hesita em adotar estratégias que mantêm seu governo no centro das atenções. Resta saber como essa jogada geopolítica se desdobrará no panorama político argentino e se, de fato, conseguirá desviar o olhar público da crise econômica latente.

Cristina Kirchner volta a ser alvo de lawfare

Alberto Fernández promove encontro de solidariedade internacional com Cristina Kirchner
Alberto Fernández e Cristina Kirchner, antecederam Javier Milei.

A ex-presidenta Cristina Kirchner encontra-se novamente no epicentro de controvérsias, desta vez envolta nas teias do “lawfare”. O presidente argentino, aproveitando-se da queda de popularidade de Javier Milei e do avanço do kirchnerismo, parece direcionar o foco da opinião pública para longe da crise econômica que assola o país.

A estratégia do governo, que inclui a polêmica decisão de decretar o Hamas como organização terrorista, levanta questionamentos sobre o uso político do sistema judiciário. Nesse contexto, a figura de Cristina Kirchner ressurge como alvo do lawfare, uma prática que ela mesma denuncia como uma perseguição judicial.

“Estou sendo vítima de uma máfia” afirma Cristina Kirchner, rejeitando as acusações e atribuindo sua condenação a motivações políticas. A condenação a seis anos de detenção e a perda de direitos políticos adicionam mais complexidade a um enredo já intrincado.

A batalha nos bastidores políticos argentinos continua, com o presidente buscando consolidar seu poder e desviar a atenção pública. A situação revela uma complexa interseção entre política, poder e justiça, onde a ex-presidenta se torna novamente protagonista involuntária.

Aprofundaremos nos próximos artigos nos detalhes desse embate, trazendo análises de especialistas e explorando as implicações políticas e jurídicas desse ressurgimento do lawfare na Argentina.

3 Respostas para “A popularidade Javier Milei está derretendo na Argentina, enquanto o kirchnerismo prospera”

  1. Claro que ele vai chorar aí, ele é capacho dos EUA que vai dolarizar a Argentina e foi quem criou essa entidade Si o nis ta – ge no cid a.
    Até parece que esse charlatão realmente se emocionou, só estava fazendo seu papel como capacho do estados unidos.

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