A situação dos 37 milhões de eleitores argentinos que voltarão neste domingo (19/11) às urnas, em votação de segundo turno entre Javier Milei e Sergio Massa, a situação é a seguinte: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Javier Milei é o sinônimo da fraude política, cujo principal plano era dinamitar o Banco Central, dolarizar a economia e confrontar as “castas” na Argentina.
>>Massa x Milei na Argentina lembra a dramática disputa Lula x Bolsonaro no Brasil
Milei é considerado o “Bolsonaro da Argentina” devido suas posição de extrema direita, que pregam a ditadura como saída para a crise econômica no país.
Por outro lado, Sergio Massa, atual ministro da Economia, seria a encarnação dos interesses de banqueiros e especuladores na Casa Rosada – a sede do executivo argentino.
Ele é o ministro da Economia da inflação de 140% e, ao mesmo tempo, o único candidato que pode derrotar o fundamentalismo de Milei, que é apresentado como uma ameaça à democracia.
Se o mercado é o principal aliado de Massa, o ex-presidente Mauricio Macri, defenestrado nas urnas por Alberto Fernández, há quatro anos, é a principal “arma secreta” de Milei na eleição de hoje.
Se Milei vencer hoje, certamente Macri sairá reabilitado para a política e deixará de fletar com a prisão pelo que ele fez no verão passado.
>>Presidente da Paraná Pesquisas vê empate técnico nas eleições da Argentina
Sim, a exemplo do que ocorre no Brasil, o lawfare – o uso do judiciário para fins políticos – é ameaça concreta para a democracia na Argentina, principalmente aos derrotados nas urnas ou em golpes.
Los hermanos argentinos terão de resignar-se hoje entre a fraude e o mercado; entre um candidato que fala com o cachorro que já morreu e o neoliberalismo econômico; entre o ruim e o pior; enfim, que Deus tenha piedade da Argentina.
Portanto, 37 milhões de argentinos estão entre a cruz e a espada neste domingo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.