A Globo e o governo soltam foguetes com a redução da taxa Selic de 5% para 4,5%, o menor índice histórico. Porém, segundo dados do próprio Banco Central, as taxas de juros para o consumidor continuam escandalosas (para não dizer criminosas).
A média anual da taxa de juros no cheque especial vai fechar na casa dos 305% no ano de 2019, estima o BC.
Já o cartão de crédito terminará este ano com taxa de 317%, a maior do mundo.
Se a taxa Selic caiu para o menor patamar histórico, por que raios não caem também os juros do cartão de crédito e do cheque especial?
Simples, de acordo com os banqueiros:
1- Volatilidade da economia e risco de recessão.
2- Risco de inadimplência alto, devido ao elevado desemprego.
3- Concentração do mercado financeiro.
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A redução da taxa Selic, desacompanhada de ações concretas, não quer dizer absolutamente nada. A única da taxa que interessa reduzir aos trabalhadores é a do desemprego, uma das maiores do mundo.
O número de desocupados chega a 13 milhões de pessoas, mas os precarizados e sem carteira assinada somam 45 milhões de pessoas. São quase 58 milhões de brasileiros à margem da economia.
A taxa Selic só teria importância para o povão se representasse mais carne vermelha na mesa e mais empregos de qualidade, com carteira assinada, e melhores salários.
No horizonte, sob a batuta de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, vem mais arrocho, desemprego, precarização e miséria.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.