Coluna do Marcelo Araújo: Cérebro! da Prefeitura de Curitiba só comunica com o intestino

Marcelo Araújo, em sua coluna desta segunda, critica a Urbs e a Setran, órgãos da Prefeitura de Curitiba, pela falta de comunicação entre si; o especialista de multa e trânsito aponta perseguição aos motoristas de ônibus devido à  alta incidência de atropelamentos na Travessa da Lapa ao comentar que a Prefeitura vai licitar a compra de novos radares; Pedestres desatentos, falando ao celular ou nas redes sociais enquanto caminham por vezes
Marcelo Araújo, em sua coluna desta segunda, critica a Urbs e a Setran, órgãos da Prefeitura de Curitiba, pela falta de comunicação entre si; o especialista de multa e trânsito aponta perseguição aos motoristas de ônibus devido à  alta incidência de atropelamentos na Travessa da Lapa ao comentar que a Prefeitura vai licitar a compra de novos radares; Pedestres desatentos, falando ao celular ou nas redes sociais enquanto caminham por vezes “atropelam” os veículos. Mas nessa corrente de culpados os eleitos para condenação são os motoristas!; colunista afirma que, se a gestão de Gustavo Fruet fosse um corpo humano, o “cérebro! enviaria mensagem direta ao intestino, que retribui com belos resultados!; leia o texto e compartilhe.
Marcelo Araújo*

Na semana passada, a Prefeitura de Curitiba anunciou que nos próximos dias estará fiscalizando a velocidade desenvolvida pelos coletivos na Travessa Lapa devido à  alta incidência de atropelamentos, vislumbrando ainda licitação para aquisição de novos radares para essa finalidade. Estaria também sendo desenvolvido um trabalho educativo com os motoristas. Simples assim!

A corrente estoura no elo mais frágil, pois a URBS exige o cumprimento dos horários, sob pena de multar as empresas. As empresas sob pressão para cumprimento dos horários pressiona os motoristas. Os passageiros impacientes exigem rapidez dos motoristas.

As vias exclusivas são ocupadas por invasores, o que faz a velocidade média cair e, onde é possível, tem que tirar o atraso.

Pedestres desatentos, falando ao celular ou nas redes sociais enquanto caminham por vezes “atropelam” os veículos. Frear ou fazer uma manobra evasiva com um veículos de mais de 10t e dezenas de passageiros não é das tarefas mais fáceis. Mas nessa corrente de culpados os eleitos para condenação são os motoristas.

A URBS é a responsável pela gestão do transporte coletivo e teria a sua disposição o SIM (Sistema Integrado de Mobilidade). Ainda que essa ferramenta não existisse é perfeitamente possível controlar a velocidade de TODOS os coletivos em TODAS as vias através do registrador inalterável de velocidade e tempo (TACà“GRAFO), o qual não se presta a gerar multas por excesso de velocidade, mas permite identificar o problema e analisar o comportamento como um todo (e não apenas onde os ônibus de forma previsível vão diminuir a velocidade devido ao radar).

Economia

Nos acidentes que já ocorreram o dito aparelho também registrou a última velocidade desenvolvida, sendo inclusive parte do trabalho de perícia do instituto de criminalística para tais casos.

O que se encontra nas entrelinhas é que com essa atitude a SETRAN, literalmente, acusa a URBS de incompetência para cuidar de suas obrigações. Faz parecer que os órgãos da Prefeitura não se comunicam e não se entendem, ou se o fazem é com soluções simplistas para problemas sérios.

Se comparássemos nossa Prefeitura a um corpo humano, no qual o chefe do Executivo é o cérebro, poderíamos dizer que os órgãos internos não estão funcionando de forma integrada, e as mensagens estão indo e vindo de forma viciada.

O problema é que o cérebro está passando mensagens para vários órgãos desse corpo, mas parece que todas chegam a apenas um, o intestino, o qual tem apresentado belos resultados em nome dos demais.

De multa eu entendo!

*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.

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